O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito para investigar o descumprimento do contrato de concessão da Ferrovia Nova Transnordestina, um dos maiores projetos de infraestrutura do Nordeste. A investigação, conduzida pelo procurador Pedro Jorge do Nascimento Costa, apura possíveis irregularidades e improbidade administrativa, conforme denúncia do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Nordeste (Sindfer-NE).
O sindicato acusa a concessionária Ferrovia Transnordestina Logística SA (FTL), controlada pelo grupo CSN, de abandono da malha ferroviária em Pernambuco. Segundo o Sindfer-NE, a FTL recebeu cerca de 1,4 mil quilômetros de estradas de ferro no Estado, que estariam abandonadas desde 2011. A entidade alega que a concessionária deixou de cumprir suas obrigações contratuais, permitindo a depredação do patrimônio público, como estações e pátios, e a deterioração de vagões e locomotivas. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) também é acusada de negligência.
A concessionária nega as acusações e afirma que a infraestrutura já estava deteriorada quando assumiu a operação.
O trecho da ferrovia entre Salgueiro e o Porto de Suape, em Pernambuco, foi excluído do projeto original da Transnordestina após a empresa alegar inviabilidade financeira. Dos 542 quilômetros previstos, apenas 181 foram construídos, consumindo R$ 6,2 bilhões. Em 2022, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a exclusão do Estado do projeto, mas, em 2023, o Governo Lula lançou um novo edital para retomar as obras, com previsão de R$ 450 milhões em investimentos. Recentemente, o governo federal firmou um contrato de R$ 15,2 milhões com o Consórcio Estratégica–Prosul para elaborar o projeto do trecho. (Com informações do PE Notícias)