Fruto típico da caatinga, umbu vira até espumante

por Carlos Britto // 28 de outubro de 2024 às 10:00

Fruto nativo da Caatinga, o umbu agora integra uma bebida gaseificada inovadora que atraiu a aprovação dos consumidores brasileiros. O estudo, conduzido pela Embrapa Semiárido sediada na cidade de Petrolina em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explorou o potencial do umbu como matéria-prima para um fermentado gaseificado, semelhante ao vinho espumante. Essa iniciativa busca agregar valor ao fruto, que sofre com elevada perecibilidade, contribuindo para a redução de perdas na colheita e para a ampliação da economia circular no Semiárido nordestino.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Aline Biasoto, o teste de aceitação revelou que o fermentado de umbu obteve uma recepção positiva entre consumidores de espumantes. Além disso, o estudo destacou o potencial de mercado do produto, embora ajustes na quantidade de açúcar antes do fechamento da garrafa com rolha de cortiça possam acentuar o aroma frutado característico e aumentar o apelo ao público.

A bebida foi desenvolvida por meio do método tradicional de fermentação dupla, semelhante ao processo de produção do champanhe. Na primeira fermentação, a polpa de umbu diluída é submetida à adição de levedura e açúcar, resultando em um fermentado base. Na segunda fase, uma mistura de açúcar e leveduras, conhecida como licor de tiragem, é adicionada para criar a gaseificação característica, que fica retida na bebida após o fechamento da garrafa com uma tampa metálica.

A análise físico-química realizada identificou 26 compostos voláteis no fermentado de umbu, entre eles ésteres e terpenos, que conferem ao produto aromas frutados e notas florais. A professora Juliane Elisa Welke, da UFRGS, ressaltou que esses compostos são responsáveis pelas características sensoriais atraentes do fermentado, ampliando seu potencial de aceitação no mercado de bebidas exóticas. Para a economia do Semiárido, o cultivo do umbu representa uma fonte de renda significativa para famílias agricultoras e extrativistas. Saulo de Tarso Aidar, da Embrapa Semiárido, destacou que o lançamento de cultivares específicas do umbuzeiro incentiva o plantio e a comercialização, com foco tanto no consumo in natura quanto na produção de derivados.

Equipe e apoio ao projeto

O projeto, financiado pela Finep, contou com a colaboração de cientistas da Embrapa Semiárido e de instituições como UFRGS, Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O estudo reforça o papel da pesquisa no uso sustentável dos recursos naturais da Caatinga, promovendo alternativas de renda para o Semiárido e explorando o potencial do umbu em novos mercados. As informações são do site Movimento Econômico (com Embrapa)

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