Para garantir a preservação da história para as próximas gerações, a Polícia Militar da Bahia (PMBA) reúne registros de acontecimentos importantes do Brasil e da América Latina, desde o ano de fundação da corporação, em 1835. Agora esse importante acervo foi incluído no registro nacional do Programa ‘Memória do Mundo’, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A divulgação da lista foi realizada pelo Comitê Nacional do Brasil, que selecionou 10 das 22 candidaturas feitas no programa da organização internacional.
“São registros que documentam momentos muito importantes para a história brasileira e de outros países da América Latina. Nosso acervo é bastante procurado por pesquisadores que desenvolvem trabalhos de qualidade, e esse foi um dos motivos da candidatura no programa da Unesco“, explica o coordenador de Documentação e Memória da PMBA, Major Raimundo Marins.
Fazem parte do acervo da PMBA documentos de fatos como a Guerra do Paraguai, a Campanha de Sergipe, a Guerra de Canudos, a Revolução de 1930, a Revolta Comunista de 1935 e o Cangaço. Correspondências originais dos governadores do Pará com a Corte, registros iconográficos da Revolta da Armada e um manuscrito encontrado em uma arca da Igreja de São Francisco de Curitiba, atribuído aos jesuítas, também estão no acervo.
Uma das pesquisadoras dos documentos, a professora pós-doutora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Alícia Duhá Lose, em conjunto com o major Marins, foi responsável pela candidatura do acervo da PMBA no programa da Unesco. “Desde o início, a gente percebeu que é um acervo íntegro, de grande amplitude e que tem informações muito relevantes para o estudo da história no Brasil e de outros países. Essa candidatura levou dois anos sendo preparada. Nós fizemos um inventário de parte da coleção que a PM possui e apresentamos à Unesco, que recebeu o material com muito interesse“, afirma a professora.
Seleção
Anualmente a Unesco seleciona 10 acervos nacionais por esse programa. O da PMBA é o único da lista na Região Nordeste. O objetivo da iniciativa é garantir a preservação, pelos meios mais adequados, do patrimônio documental, que tem um significado mundial. (Foto: Paula Fróes/GOVBA)