O Ministério da Saúde – em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, o World Mosquito Program e os governos de Pernambuco e de Petrolina – assinaram na manhã desta sexta-feira (4) o Termo de Cooperação Técnica para o início das operações do Método Wolbachia no Sertão pernambucano. Com a assinatura do termo, fica firmada a implementação das ações estratégicas do Método Wolbachia em Pernambuco, o que irá garantir a expansão da tecnologia para uma nova região, formalizando novos estudos e modelagens da técnica Wolbachia.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, ao abrir a cerimônia de assinatura do Termo de Cooperação, ressaltou a importância do Projeto Wolbachia e ressaltou que “os dados já apresentados na iniciativa pioneira em Niterói, no Rio de Janeiro, são promissores, e nossa intenção é expandir essa iniciativa para outras localidades do Brasil, como acontece hoje em Petrolina, reforçando assim, o enfrentamento de controle das arboviroses“.
A assinatura foi realizada na Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), no Recife (PE), e contou com a presença dos representantes do Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (DEIDT), Laurício Monteiro Cruz, e da coordenadora Geral de Vigilância das Arboviroses, Noely Moura, do líder do Método Wolbachia e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, do secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, da gerente da VIII Gerência Regional de Saúde (Geres), Aline Jerônimo, e da secretária executiva de Vigilância em Saúde de Petrolina, Marlene Leandro dos Santos Peixoto. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, participou remotamente do evento.
As atividades de engajamento comunitário para implementação do Método Wolbachia em Petrolina começam em janeiro do próximo ano. Após o engajamento comunitário, ocorrerá a liberação dos mosquitos, estratégia do Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP), conduzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio financeiro do Ministério da Saúde, e que utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses, doenças que são transmitidas por mosquitos. Em Petrolina, a implementação da iniciativa será realizada em parceria com a Prefeitura, com apoio do Governo do Estado do Pernambuco.
O método
O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na incidência de dengue em áreas tratadas com Wolbachia em comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados preliminares observacionais apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói. A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.
Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo. O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia.