Aeroporto de Petrolina monta operação especial para receber ararinhas-azuis

por Carlos Britto // 30 de janeiro de 2025 às 14:00

Foto: Ascom CCR/divulgação

O Aeroporto de Petrolina Senador Nilo Coelho realizou uma operação especial para receber 41 ararinhas-azuis vindas da Alemanha, na última terça-feira (28). A chegada das aves é um marco para a preservação da biodiversidade na região de Curaçá, Norte da Bahia, habitat natural da espécie, conforme este Blog divulgou, e consolida o compromisso conjunto de diferentes organizações para garantir a sobrevivência da ararinha-azul, que chegou a ser extinta da natureza nos anos 2000.

Jamerson Vasconcelos, gerente do aeroporto, explicou que, para a operação de traslado das aves, foi necessária uma cuidadosa e criteriosa preparação prévia. “Para recebermos essas passageiras mais que especiais, nos preparamos ao longo das últimas semanas para atender, juntamente com os demais órgãos envolvidos, todos os requisitos de documentações e procedimentos acordados entre as autoridades brasileiras e alemãs. Para nós, que compomos a administração do Aeroporto de Petrolina, é uma honra poder servir em prol de uma causa tão importante para nossa fauna”, pontua.

As aves chegaram a bordo de uma aeronave, por volta de meio-dia de quarta-feira (29), em 11 caixas, sendo 10 com quatro aves e uma caixa com apenas uma espécie. Elas foram transferidas diretamente para as vans de transporte em direção ao Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF SertãoPE), onde será feita a quarentena.

Este foi o segundo procedimento de transferência internacional para o Criadouro Científico para Fins Conservacionistas do Projeto de Reintrodução da Ararinha-azul, localizado em Curaçá, sob responsabilidade técnica da BlueSky. A primeira importação foi feita em 2020, quando 52 aves foram trazidas. Em 2022, foram reintroduzidas 20 ararinhas de volta à caatinga. Essas aves se adaptaram bem e, apesar de terem ocorrido perdas por questões naturais, sete filhotes nasceram, o que comprova o sucesso do projeto. Além da importação de aves, o Criadouro recebeu em 2023 mais oito aves oriundas de um criadouro em Minas Gerais.

Aeroporto de Petrolina monta operação especial para receber ararinhas-azuis

  1. Nina disse:

    Só retificando a informação, o habitat natural da Ararinha Azul compreendia tanto o submédio do São Francisco da Bahia quanto o de Pernambuco, ou seja, tanto um lado como o outro do Rio SãoFrancisco, inclusive um trecho do Piauí também fazia parte, conforme relato do século XIX do naturalista alemão Johann Baptist Von Spix , que inclusive empresta o nome à espécie: Cyanopsitta spixii. Com a caça e o tráfico de animais foi desaparecendo, até que nos anos de 1990 só restou um único exemplar no habitat natural no SãoFrancisco, um macho, na região de Curaçá. Em 2000 foi dado como morto e a espécie foi declarada extinta na natureza, só restando em criadouros, a maioria no Catar, que depois da crise com a Arábia Saudida resolveu repassar os animais para uma ONG de Berlim, na Alemanha, de onde vieram as ararinhas repatriadas para a Caatinga, tanto as da primeira leva, em 2020, quando essa de hoje! Se não fossem criadouros, como o do Catar e o de Berlin, e seus programas de reprodução em cativeiro, provavelmente a espécie estaria extinta por completa. Salve a Ararinha Azul!

  2. Marcos Macedo disse:

    Uma informação primorosa. Um ser evoluído descobre a valor dos animais. Esse conceito é um bom parâmetro, é uma boa baliza pro ser humano.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários