Em Petrolândia (PE), no Sertão de Itaparica, mais de 90 agricultores, técnicos e secretários de agricultura de diversos municípios participaram do Dia de Campo organizado pela Embrapa Semiárido sobre o manejo da mangueira. A iniciativa, que aconteceu esta semana, buscou apresentar alguns dos avanços de pesquisa para a cultura, além de capacitar os produtores da área de abrangência do projeto ‘Ações de desenvolvimento para produtores agropecuários e estudantes dos Lagos do São Francisco’, executado pela Embrapa Semiárido, Eletrobrás-Chesf e BNDES, com apoio da prefeitura municipal.
O evento aconteceu na área do produtor Givaldo Nelson de Souza, parceiro do projeto desde maio de 2021. Na propriedade, a Embrapa orientou a implantação e o manejo de um hectare de manga Palmer. Os tópicos abordados no Dia de Campo envolveram o manejo fitotécnico da mangueira, manejo de água, fertirrigação, custos e comercialização. Após as palestras, foi realizada visita a área do plantio e distribuição de publicações.
Manejo da mangueira
Uma das palestrantes do evento foi a pesquisadora Maria Aparecida Mouco, da Embrapa, que vem acompanhando a implantação do pomar de mangueira na área do projeto e realizando as recomendações das podas de formação. Ela explica que essa prática contribui com o crescimento dos ramos quanto ao número, distribuição e tamanho das plantas, que deve ser adequado à densidade utilizada.
“O resultado é uma planta com menor porte, copa aberta e um número adequado de ramos laterais produtivos, que facilitam os tratos culturais, fitossanitários e a colheita dos frutos”, destacou a agrônoma, acrescentando que o manejo da floração e produção da mangueira para a primeira colheita é iniciado após as podas de formação, quando as plantas já apresentam ramos em quantidade para garantir uma produção compatível com os custos e as expectativas de uma exploração agrícola.
Transferência de tecnologia
De acordo com o pesquisador Rebert Coelho, coordenador do projeto, eventos como os dias de campo são importantes recursos de transferência para os produtores das comunidades situadas no entorno das Barragens do Complexo de Paulo Afonso e das Usinas Hidroelétricas de Itaparica e Xingó, no Rio São Francisco.
“Esta é uma das ações que vem transformando a vida de muitos produtores da região, principalmente pela estratégia adotada, em que são repassados os conhecimentos essenciais, juntamente com os meios para implantar a tecnologia, sempre com acompanhamento técnico durante o tempo necessário para o domínio no manejo da cultura pelo produtor”, disse.
Ele ressalta ainda que o cultivo de fruteiras, dentre elas a manga, é uma das atividades incentivadas no projeto ‘Lagos do São Francisco’, devido às condições favoráveis no Semiárido, cujo clima viabiliza altas produções, qualidade de frutos e oferta durante todo o ano.
Transformação social
Na opinião do produtor Givaldo Nelson, o projeto está proporcionando uma mudança de vida para os produtores mais humildes. “Esse projeto veio no momento certo. Além da assistência técnica excelente, tem também a parte do suporte com os insumos. Através das orientações técnicas, cada dia venho melhorando os cultivos e por isso só tenho a agradecer a Eletrobrás-Chesf, BNDES, prefeitura municipal de Petrolândia e a Embrapa”, falou.
O técnico Adilson Silva, cedido pelo município para apoiar as ações do projeto, também compartilha o mesmo sentimento, destacando o importante papel da assistência técnica e extensão rural para a agricultura familiar. “É essa agricultura que alimenta parte dos consumidores brasileiros, em que o Projeto Lagos do São Francisco tem uma relevância incrível na vida dos agricultores contemplados, pois os orienta na condução de suas culturas para que desenvolvam uma agricultura de qualidade, melhorando sua renda familiar e dando-lhe melhores condições de vida”, completou.