Era para ser mais um final de semana alegre e em família, cena que já fazia parte da rotina do empresário Lourival Rodrigues Lima Filho. Porém, o que seria uma diversão transformou-se em tragédia. ‘Lourinho’, como era conhecido em Petrolina, acabou morrendo ao ser atropelado próximo ao município de Angelim (PE), Agreste pernambucano, quando se deslocava de carro para Maceió (AL) com sua família, onde passaria o feriado de Carnaval na residência de uma irmã dele. O acidente ocorreu na noite de sexta-feira (9) e repercutiu fortemente na cidade.
Após quase uma semana da morte do empresário, a dor de seus familiares deu lugar à revolta e ao clamor por justiça. Ainda visivelmente abalada e andando com dificuldades devido a uma sutura de 30 pontos na perna, a esposa de Lourinho, Samira Jaques Lima, contou a este Blog que o acidente não foi uma fatalidade.
O casal saiu de carro de Petrolina por volta das 14h30, com suas duas filhas, um genro e um cãozinho de estimação que o empresário havia comprado há poucos meses. A viagem transcorria sem problemas, até o cansaço começar a bater. Ao chegar a Garanhuns, também no Agreste, já à noite, Samira chegou a sugerir que a família dormisse na cidade para retomar a viagem no dia seguinte. O empresário achou melhor continuar, mas próximo a Angelim pediu à esposa que assumisse o volante para descansar um pouco. “A gente já tinha esse hábito”, afirmou.
O local escolhido por Lourinho para estacionar o carro foi um posto de combustíveis que já havia encerrado o expediente, pois não havia acostamento na rodovia. A distância até a rodovia era segura. Ao descer do veículo, o empresário pediu a Samira para pegar os sapatos e as meias, antes de ir para o banco de passageiro. Os dois ainda conversaram por alguns instantes, quando o motorista de um Honda Civic, em alta velocidade, atingiu violentamente o empresário. A esposa também foi arremessada por alguns metros, mas com menos gravidade. “Quando voltei à consciência, não estava sentindo minhas pernas”, lembrou.
Angústia
Ela lembra que um homem a cavalo chegou para oferecer ajuda à família. Depois de momentos de muita angústia, uma viatura da polícia chegou ao local e, minutos depois, uma primeira ambulância; em seguida, apareceu uma segunda ambulância. Samira conta que um policial chegou a dizer que o empresário não poderia ser removido, revoltando a esposa, já que Lourinho estava com uma intensa hemorragia na cabeça. “Eu disse que se ninguém o levasse ao hospital, eu o levaria”, contou.
Nesse momento o motorista da ambulância, juntamente com as duas filhas do casal e o genro de Samira colocaram Lourinho num colchão para dentro da ambulância, já que não havia maca. Só então a polícia sinalizou apoio. Emocionada, a esposa lembra que seu marido, durante o trajeto até o hospital de Garanhuns, tentou balbuciar palavras, mas não conseguia. “Sua respiração estava muito pesada e havia muito sangue. Ele só apertava minha mão”, afirmou.
Na unidade médica foi constatado que Lourinho teve o punho e a perna fraturados, além de trauma no abdômen e um forte sangramento na cabeça. Um procedimento de emergência foi feito para encaminhar o empresário ao Hospital da Restauração (HR), no Recife, uma vez que em Garanhuns não havia estrutura necessária para atendê-lo. O empresário, no entanto, não resistiu aos ferimentos e faleceu na manhã de sábado (10) na capital pernambucana.
Pesadelo
Mesmo diante de todo o impacto do fato, Samira conta ter vivido momentos de pesadelo ainda em Garanhuns, após questionamentos feitos por um policial sobre o ocorrido. “Ele começou a fazer perguntas ao meu genro, que estava muito nervoso. Achei que fosse prendê-lo. Então pedi para responder pelo meu genro. Respondi tudo o que ele me perguntou. Depois ele começou a me tratar como seu eu tivesse ocasionado o acidente. Perguntou se eu bebia, se meu esposo bebia e se tínhamos ingerido algum medicamento. Eu o questionei o porquê dessas perguntas, se a gente estava parado e foi vítima, mas ele me disse que esse era o procedimento”, declarou.
Responsabilidade
Samira disse já ter levantado todas as informações do motorista que provocou o acidente. Ela criticou, inclusive, a frieza com que ele agiu após o acidente. “Quando minha filha disse que ele também estava no hospital, observei que ele já veio com seu advogado, que ficou conversando com os policiais”, lembrou.
Ela revelou ainda ter tomado conhecimento de que o causador da tragédia havia se recusado a fazer o teste do bafômetro. Ainda arrasada emocionalmente, a esposa de Lourinho agora vai buscar a justiça para tentar fazer com que o motorista seja responsabilizado pelos seus atos. “Se alguém se recusa a fazer o bafômetro, ele deve. Eu quero que ele saiba o sofrimento que causou à minha família. Não quero um centavo desse cara, apenas que responda pelos seus atos”, finalizou.
Um absurdo desse não pode ficar impune nem ser esquecido, o que muitos criminosos almejam!!!
Inclusive a conduta do policial , que não realizou os procedimentos cabíveis no momento . Não só o criminoso condutor , mas também o policial pelo seu péssimo profissionalismo . Devem pagar pela omissão e descaso .
É um absurdo a irresponsabilidade de alguns condutores que trafegam nas rodovias. Viajei ao Ceará no Carnaval é constatei várias situações como ultrapassagens em local proibido, excesso de velocidade, sobretudo de motoristas de veículos como S-10 e Hilux.
É uma vergonha um caso desse ficar impune. Mais um… Uma vida que se foi e deixou toda uma família transtornada. Uma verdadeira tragédia.
Mas aqui é assim mesmo. Meu marido foi atropelado no sinal quando esperava abrir para passar. Uma senhora de ré o jogou no meio da pista. Teve a perna quebrada e sofreu durante dois meses. Aos 79 anos… a pessoa deu assistência e foi embora sem problemas nenhum. Ele teve os óculos e o relógio quebrados (5.500) de prejuízo. A senhora disse que procurasse o DPVAT , fomos atrás e acreditem o valor que veio (uma burocracia sem limites) foi 120,00. Ele nem foi receber… A vida da gente não vale nada para quem nos causa sofrimento e para as autoridades também. No mais sobra a Lei que é um deboche ao cidadão. ..