Alepe aprova nova versão de proposta que considera atividades religiosas como serviço essencial em Pernambuco

por Carlos Britto // 23 de abril de 2021 às 08:20

Foto: Alepe/reprodução

O substitutivo ao Projeto de Lei (PL) nº 1094/2020, que considera as atividades religiosas essenciais em situações de calamidade pública, recebeu o aval do Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta quinta (22). Após alterações feitas pela Comissão de Administração Pública, a versão atual do texto prevê expressamente que, em circunstâncias excepcionais, o Poder Executivo poderá determinar, por decreto devidamente fundamentado, restrições a eventos presenciais dessa natureza.

A proposta original é de autoria do deputado Pastor Cleiton Collins (PP). Ela estabelecia que serviços religiosos realizados nos templos e fora deles deveriam ser mantidos em tempos de crises causadas por doenças graves e contagiosas ou por catástrofes naturais. Impunha, no entanto, obediência às determinações da Secretaria Estadual de Saúde. Também recomendava a adoção de meios virtuais para reuniões coletivas e, quando não fosse possível, a observação da distância mínima de um metro entre as pessoas.

No início de março, a matéria foi considerada ilegal pela Comissão de Justiça, que avaliou ser do governador a competência de legislar sobre o tema. O Plenário, porém, derrotou o parecer e o PL 1094 voltou a tramitar nos colegiados técnicos, recebendo o substitutivo no de Administração Pública. Aprovada em Primeira e Segunda Discussões, a proposta seguirá para Redação Final e sanção do governador.

Durante o debate, Collins comemorou a aprovação do projeto. “Nosso objetivo nunca foi promover aglomerações. O que a Alepe está fazendo hoje é reconhecer a essencialidade das igrejas nos momentos de calamidade, seja com o trabalho de cura espiritual ou nas ações de caráter social”, afirmou.

Relator

Relator do substitutivo na Comissão de Administração, o deputado Tony Gel (MDB) destacou o trabalho conjunto dos parlamentares na produção de um texto que atendesse às diferentes demandas. “Conseguimos chegar a um entendimento que garante a essencialidade das igrejas, mas prevê a imposição de limites por gestores e autoridades de saúde em determinadas ocasiões”, pontuou.

Os deputados Alberto Feitosa (PSC) e Delegado Erick Lessa (PP) defenderam o respeito ao princípio constitucional da liberdade de culto e também comentaram a articulação para aprovar a proposição. “A Constituição Federal garante às pessoas o direito fundamental de liberdade religiosa”, disse Feitosa. “Elogio o processo de amadurecimento da proposta conduzido pela Casa”, registrou Lessa. Contrário à matéria, o deputado João Paulo (PCdoB) reforçou o entendimento de que cabe ao chefe do Poder Executivo a prerrogativa de definir quais atividades são ou não essenciais em momento de pandemia. “Não questionei, em momento algum, o papel das igrejas e da fé”, alegou. O voto contra foi acompanhado pelo mandato coletivo Juntas (PSOL). As informações são da Alepe.

Alepe aprova nova versão de proposta que considera atividades religiosas como serviço essencial em Pernambuco

  1. Maria disse:

    Quero saber uma coisa: Esses pastores e deputados vão arcar, assumir os custos com os hospitais, remédios, profissionais da saúde com os próprios bolsos, liberando o Estado das responsabilidades?

    1. Jonas disse:

      E as outras atividades essenciais também arcam com esses custos a que você se referiu? Será que os donos de concessionárias de veículos também arcarão com tais custos?(pasmem, para o Governo estadual concessionárias são atividades essenciais, e quem não souber o porquê, é só perguntar lá na Narcizo). Quer dizer que as igrejas são as responsáveis pela disseminação do vírus, e não os ônibus e metrôs lotados e aglomerados que o Estado finge não existir? O que falar dos bailes funks e festas clandestinas que o Estado é incapaz de controlar? Dona Maria, não queira colocar na conta da igreja a propagação do vírus, ninguém tá propondo aglomerar ou não tomar medidas de mitigação de contágio, tais como, distanciamento entre os fiéis, uso de máscara, e álcool em gel à disposição de todos; mas sim o direito fundamental de funcionar, como as demais atividades tidas como essencial. Pode ser que, pra você, igreja ou religião não tenha valor nenhum; mas posso garantir com certeza que para a maioria da população ela tem um valor inestimável.

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