Ações de combate à mosca-da-fruta, que ameaça a fruticultura no Vale do São Francisco, vão nortear uma audiência pública marcada para o mês de setembro em Petrolina. O debate será realizado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), por meio da Comissão de Agricultura.
Presidente da comissão, o deputado estadual Miguel Coelho (PSB) apelou para a sensibilidade da Secretaria Estadual de Agricultura e do Governo Federal com vistas à intensificação de medidas contra o problema. A preocupação do parlamentar foi externada durante reunião na comissão, esta semana, que discutiu o tema.
Durante o encontro, representantes da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro) e da biofábrica de controle Moscamed apontaram para a possibilidade do aumento da praga no estado. “O Governo do Estado vem fazendo desde o ano passado um exitoso programa de combate à mosca da fruta. Porém, recebemos a informação que esse trabalho deve ser encerrado no final deste mês. Isso é muito preocupante porque a praga tinha sido reduzida em 70% e, caso o problema se alastre, pode comprometer a qualidade das frutas, por consequência, a produção e a exportação da fruticultura”, afirma Miguel.
De acordo com Jair Virgínio, diretor da Moscamed, o prejuízo causado aos produtores do Vale do São Francisco pela mosca da fruta gira em torno de 10% da colheita, representando R$ 100 milhões. “Com um investimento muito menos significativo do Poder Público é possível garantir um melhor desempenho à fruticultura do Vale, que hoje emprega 240 mil pessoas”, assegura Virgínio.
Plano nacional
A possibilidade de redução das medidas de controle já é motivo de preocupação para o diretor do Sindicato da Agricultura Familiar de Petrolina (Sintraf), Enildo Santana. Miguel Coelho também cobrou do Governo Federal a implantação do plano nacional de combate à mosca da fruta. “Ficamos sabendo na audiência que esse plano já está pronto e falta apenas vontade política para implementar. Isso é fundamental para controlar a praga, que afeta principalmente o pequeno produtor, que não tem muitos recursos para enfrentar a infestação da mosca da fruta”, afirmou o parlamentar. As informações são da assessoria do deputado.
