Em um cenário de dificuldades de entendimento entre Rede e PSB na definição de candidaturas estaduais, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ressaltou ontem (28), em São Paulo, que a prioridade da aliança entre as duas siglas é o projeto nacional e que as decisões regionais terão como critério o que mais beneficiar a candidatura à sucessão presidencial. As duas legendas enfrentam atualmente dificuldades em estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, nos quais a Rede tem defendido candidaturas próprias.
Caso não haja consenso entre os dois partidos, o acordo é de que as duas siglas se desloquem regionalmente, mas o PSB tem trabalhado para evitar rupturas estaduais no ano que vem. As duas siglas, que já se reuniram neste ano para traçar um mapa eleitoral, devem ter um novo encontro ainda neste ano para evitar cenários de confrontos estaduais.
“O debate regional virá depois do debate nacional. Nós não vamos atropelar direção regional nenhuma. Nós vamos respeitar o diálogo dentro do partido em cada estado. Agora, está muito claro que a prioridade é o projeto nacional. Em torno disso, nós vamos descer para fazer em cada estado posicionamentos que mais ajudem o projeto nacional”, disse Eduardo Campos.
Os dirigentes do PSB e da Rede participaram ontem de evento de lançamento do portal Mudando o Brasil, que irá colher sugestões e ideias para a formulação do programa de governo do PSB em 2014. No evento, ao ser questionada sobre a candidatura em São Paulo, a ex-senadora Marina Silva defendeu o lançamento de um nome próprio no estado. “Nós da Rede estamos trabalhando por uma candidatura própria e o debate se dará entre os partidos que compõe a aliança”, disse.
No mesmo evento, no entanto, o presidente estadual do PSB em São Paulo, Márcio França, defendeu uma aliança com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o que tem sido alvo de integrantes da Rede.
“Eles prefeririam ter candidaturas novas em todos os lugares. A ideia não é absurda, mas há lugares que primeiro existem compromissos e a gente tem um comportamento de honrar compromissos. Nós estamos fechados nacionalmente, mas no âmbito estadual vamos tentar ver o que dá para compor. O que não dá, vamos separados”, afirmou. O primeiro-secretário nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que não trabalha com a hipótese de separação regional entre PSB e Rede, mas de unidade.
Palanques difíceis
São Paulo: Os socialistas defendem apoio à reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). A Rede prefere uma candidatura própria com o deputado federal Walter Feldman (PSB)
Minas Gerais: A Rede discorda de uma eventual parceria com PSDB. Em Minas Gerais, terra natal do senador Aécio Neves, presidenciável do PSDB, existe a possibilidade do PSB dividir a chapa com os tucanos
Paraná: Os militantes da Rede discordam de eventual apoio do PSB à reeleição do governador Beto Richa (PSDB). A tendência é que eles fechem parceria com a deputada Rosane Ferreira, pré-candidata do PV.
Santa Catarina: A Rede não vê com bons olhos a pré-candidatura de Paulo Bornhausen ao governo do estado pelo PSB. Os militantes alegam que a família Bornhausen, liderada pelo ex-senador Jorge Bornhausen, representa as velhas oligarquias. (Fonte: Diário PE/Foto: Raquel Cunha/Folhapress)
Essa “rede” Só daria certo na Bahia “mermão”.