Um grupo de estudantes de Medicina da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) saiu às ruas de Petrolina nesta terça-feira (20) para protestar. Eles são totalmente contrários a um convênio firmado entre a direção do Hospital Universitário (HU) e a Universidade Estácio, de Juazeiro (BA), com o objetivo da realização de atividades práticas por parte dos estudantes da Estácio.
Com vários cartazes, o grupo foi até a Avenida Guararapes, onde fica a sede da Prefeitura de Petrolina. Uma das faixas eles afirmam que o HU “serve à população e não deve atender interesses privados”. Em outra os estudantes indagam: “não temos aulas práticas! não temos vacinas! Agora perderemos nossos espaços de prática no HU-Univasf?”.
O reitor pro-tempore da Univasf, Professor Paulo César Fagundes Neves, já havia se pronunciado na semana passada à comunidade da instituição, mostrando contrário ao convênio. Ele, inclusive, falou em tomar possíveis providências administrativas e jurídicas no intuito de reverter o convênio.
Confiram a nota do reitor:
Mensagem à comunidade universitária
Comunicamos à comunidade universitária da Univasf, em especial a todos os integrantes do curso de Medicina, bem como à sociedade em geral, que esta Reitoria nunca participou ou foi, por quem quer que seja, procurada mesmo que informalmente, para tratar de assunto relacionado a tratativas visando à celebração de convênio com a Universidade Estácio Juazeiro, ou qualquer outra, para possibilitar que o Hospital de Ensino da Univasf – HU possa ceder seu espaço para a realização de atividades de formação médica voltadas para estudantes de outra instituição ou mesmo, nesse caso em particular, da Universidade Estácio Juazeiro.
Neste momento cabe esclarecer e informar que buscaremos nos inteirar de todos os fatos inerentes a esta questão, fartamente comentados em redes sociais e, agiremos prontamente interpelando a superintendência da EBSERH para prestar informações e esclarecimentos com vista a subsidiarem possíveis providências administrativas e jurídicas que se fizerem necessárias.
Esta Reitoria renova seu compromisso em se manter atenta e vigilante aos legítimos interesses da Univasf.
Paulo César Fagundes Neves/Reitor Pro-Tempore
Porque não podem dividir o espaço com futuros colegas de profissão?
Pq o HU não tem espaço para suportar a grande quantidade de alunos que viriam, já existe uma superlotação com a quantidade de alunos atuais (que não são apenas os da Univasf Petrolina e nem apenas alunos de medicina), se houvesse espaço, e pacientes suficientes, não haveria nenhum problema em dividir o espaço.
Porque, infelizmente, não há espaço para ambos os grupos no HU, o qual ficaria superlotado de internos, prejudicando a formação médica e, futuramente, a própria população. Os caros colegas de profissão têm todo direito a um lugar adequado para suas atividades e deveriam exigir um hospital universitário próprio da instituição (estácio), o que agregaria sua formação e geraria mais assistência médica para a população do vale do São Francisco.
O espaço já é pouco para os que já estão, imagine aí se colocarem mais alunos! Vai abarrotar o hospital, importunar os pacientes e atrapalhar o aprendizado!
Já fui atendida no hospital de traumas. Senti que tive minha privacidade invadida. São muitos estudantes, acho que aumentar o número de estudantes pode piorar essa situação. A faculdade particular pode providenciar outra forma de oferecer estágio para seus alunos, já que eles pagam uma mensalidade tão alta.
1) Não há espaço suficiente no hospital. Se o convênio for para frente, serão muitos estudantes para poucos pacientes, prejudicando o aprendizado dos estudantes da Univasf e dos estudantes da instituição privada em questão, e o PIOR, prejudicaria os pacientes!
2) O acordo foi firmado de forma unilateral, a instituição privada em questão tinha todos os ganhos, e a Univasf só cedia os seus espaços de prática sem ganhar absolutamente nada com isso. É justo uma instituição pública servir aos interesses privados?
3) Nem a Univasf, nem os estudantes da Univasf foram consultados sobre o convênio. Ele foi assinado arbitrariamente pelo superintendente do Hospital Universitário/Traumas.
Porque não há espaços no HU para essa quantidade de alunos, além de que o contrato não oferece nenhum benefício realmente interessante para o Hospital e para a Univasf. Se houvesse espaço e se o acordo fosse interessante, não haveria problemas em dividir
Por que*
Usamos “Por que” separado para iniciarmos uma pergunta e “porque” junto para responder
Pq a instituição formadora dos futuros colegas pode construir um hospital com os milhões anuais que recebe. Não é justo superlotar um hospital público já deficitário com estudantes de uma rede privada de ensino que contribui minimamente para a manutenção do serviço, e retirando o espaço dos alunos da própria rede pública. É completamente ilógico.
O problema não é dividir espaço, mas sim a pactuação de um acordo que cede um espaço público para uma instituição particular (que cobra em torno de R$10mil de mensalidade), e como contrapartida esta instituição oferece material descartável (propé e touca) e biblioteca virtual. Não é estranho?
Que ação absurda a da superintendência do Hospital Universitário. Isso precisa ser revertido e investigado já!
Os estudantes estão certos! Aliás, onde estão os órgãos competentes para denunciar e investigar os envolvidos nisso, hein?
Estudantes precisam se movimentar mesmo para denunciar o absurdo desse convênio. Querem vender o espaço público da Universidade em troca de uma biblioteca virtual.
Dai a César o que é de César!
Não é esse o problema. :(
Durante o internato, que é o estágio obrigatório do curso, nós ganhamos um pouco mais de autonomia e começamos a atuar na prática, mas permanecemos estudantes que necessitam de instrução. Um hospital cheio de alunos, sem um aumento no número de preceptores (professores que supervisionam o que fazemos), espaço e leitos (que são muito importantes para o aprendizado, pois possibilitam que cada interno possa conhecer o caso de cada paciente de maneira holística e dedicar a isso o tempo adequado, e também não incomoda-lo tanto com visitas de vários alunos), não funcionaria bem – a qualidade do atendimento e do ensino cairia muito.
Além disso, esse convênio que supostamente deveria beneficiar as duas instituições universitárias falhou muito com a univasf. Estavam tentando tirar nosso espaço, construído com os impostos do povo e muita luta, por uma biblioteca virtual… Essa proposta, vinda de uma universidade que arrecada no mínimo alguns milhões de reais por ano, não parece justa, certo?
Por isso pedimos compreensão: não é uma questão de egoísmo, nós realmente só estamos pensando na qualidade de nossa formação. E também por essa razão nos solidarizamos com os alunos da Estácio, que, assim como nós, merecem e precisam da melhor qualidade de ensino e prática possíveis.
Superlotar o hospital só traria dando a população, do que adianta ter médicos mal formados?
A população merece respeito… Isso é um descaso. Cadê o prefeito e a justiça federal para intervir nessas trocas de interesses particulares?
Por que* Usamos “Por que” separado para perguntas e “porque” junto para respostas
Por que*
Usamos “Por que” separado para iniciarmos uma pergunta e “porque” junto para responder
Como aluno da univasf, gostaria de ressaltar o seguinte:
Não queremos guerra com nenhum aluno de faculdades particulares, especialmente dos nossos vizinhos da Estácio. Nós nos solidarizamos pela falta de um hospital escola para vocês, e esperamos que consigam o quanto antes campos de prática organizados (especialmente considerando o grande valor que investem na formação de vocês).
No entanto, estamos revoltados com:
1 – A forma com a qual o convênio foi suscitado. O colegiado de medicina da univasf só foi ter ciência dos fatos muito depois que o convênio já estava praticamente firmado, sem consulta ou organização prévia. Até mesmo os coordenadores de cada área do internato da univasf não tinham noção do que estava sendo feito.
2 – Ainda sobre o convênio: a incerteza do que realmente seria oferecido em troca (nada explicitado), assim como a incerteza da quantidade de estudantes que seriam enviados para o HU, os períodos que lá ficariam, etc…
3 – A realidade do HU: conforme os próprios preceptores do nosso hospital, os cenários clínicos e cirúrgicos do HU são limitados para a recepção de internos.
Basta observar 2019, logo antes da pandemia, quando estávamos entrando constantemente no internato (o que vai voltar a acontecer em breve): havia, além dos advindos da univasf (sede), alguns poucos estudantes de Serra Talhada (UPE) e Paulo Afonso (univasf), e o limite de internos do hospital já era excedido.
Há relatos de internos que não evoluíam sequer 1 paciente no dia. Um. Isso é favorável para a formação médica? Acreditamos que não. E, além disso, apenas com essas faculdades estagiando, houve alguns relatos de pacientes que se sentiram extremamente incomodados, a ponto de tentar escapar das visitas dos estudantes/preceptores.
Pela nossa visão, com esse convênio feito às pressas, todos sairiam perdendo: os pacientes, que se sentem bastante incomodados com a quantidade de internos, e os estudantes, que, independentemente da faculdade de origem, não aprendem tanto quanto deveriam.
Vamos lutar por uma boa formação médica para todos.
Como aluno da univasf, gostaria de ressaltar o seguinte:
Não queremos guerra com nenhum aluno de faculdades particulares, especialmente dos nossos vizinhos da Estácio. Nós nos solidarizamos pela falta de um hospital escola para vocês, e esperamos que consigam o quanto antes campos de prática organizados (especialmente considerando o grande valor que investem na formação de vocês).
No entanto, estamos revoltados com:
1 – A forma com a qual o convênio foi suscitado. O colegiado de medicina da univasf só foi ter ciência dos fatos muito depois que o convênio já estava praticamente firmado, sem consulta ou organização prévia. Até mesmo os coordenadores de cada área do internato da univasf não tinham noção do que estava sendo feito.
2 – Ainda sobre o convênio: a incerteza do que realmente seria oferecido em troca (nada explicitado), assim como a incerteza da quantidade de estudantes que seriam enviados para o HU, os períodos que lá ficariam, etc…
3 – A realidade do HU: conforme os próprios preceptores do nosso hospital, os cenários clínicos e cirúrgicos do HU são limitados para a recepção de internos.
Basta observar 2019, logo antes da pandemia, quando estávamos entrando constantemente no internato (o que vai voltar a acontecer em breve): havia, além dos advindos da univasf (sede), alguns poucos estudantes de Serra Talhada (UPE) e Paulo Afonso (univasf), e o limite de internos do hospital já era excedido.
Há relatos de internos que não evoluíam sequer 1 paciente no dia. Um. Isso é favorável para a formação médica? Acreditamos que não. E, além disso, apenas com essas faculdades estagiando, houve alguns relatos de pacientes que se sentiram extremamente incomodados, a ponto de tentar escapar das visitas dos estudantes/preceptores.
Pela nossa visão, com esse convênio feito às pressas, todos sairiam perdendo: os pacientes, que se sentem bastante incomodados com a quantidade de internos, e os estudantes, que, independentemente da faculdade de origem, não aprendem tanto quanto deveriam.
Vamos lutar por uma boa formação médica para todos.
Os estudantes da UNIVASF estão certos, pois para ter acesso em Medicina na UNIVASF tem que atingir uma nota acima de 780 no ENEM
A Eustácio acima de 500 pontos o estudante tem acesso e tem que pagar mensalidades acima de R$ 9.000,00.
Acho que o Hospital Universitário tem que ser direcionado exclusivamente para a UNIVASF.
Nem estão formados e já estão brigando por espaço. A coisa vai piorar. Agora tem muitas faculdades de medicina, vai acabar essa regalia médica. Egoístas com sempre. O sol é para brilhar para todos.
Muito mimimi nos comentários
Não querem estudar e nem deixa quem queira. Que eu saiba todos pagam impostos! Se estes futuros profissionais da saúde não sabem compartilhar,imagina como serão? São os Dipironas ambulantes.