O advogado dos dez americanos presos na sexta-feira (29) no Haiti informou hoje à mídia de que todos foram indiciados pelos crimes de sequestro de menores e associação para o crime perante a Justiça haitiana. Segundo Edwin Coq, o grupo ouviu a decisão em um tribunal e, na sequência, foi levado a uma prisão da capital Porto Príncipe. Agora, um juiz irá decidir se eles aguardam o avanço do processo presos ou em liberdade.
O relato de Coq contraria o de um advogado dos americanos da República Dominicana, para quem nove de seus dez clientes seriam soltos.
O grupo de americanos faz parte da igreja batista New Life Children’s Refuge. Eles tentavam atravessar a fronteira entre Haiti e República Dominicana com 33 crianças com idades entre dois meses e 12 anos quando foram presos por falta de documentos. Depois, as autoridades haitianas descobriram que algumas das crianças tinham parentes vivos, após o terremoto de magnitude 7 que devastou parte do país no último dia 12.
Dois dias depois da prisão, uma porta-voz do grupo, Laura Silsby, disse à agência de notícias Associated Press que as crianças eram órfãs e que seriam levadas para um hotel da área de Cabarete, na costa da República Dominicana. O hotel, de 45 quartos, seria, posteriormente, transformado num orfanato.
Longe dos trâmites do processo, pais desesperados na vila de Callebas, próxima à devastada capital haitiana, disseram que deram seus filhos ao grupo de boa vontade, confiando nos missionários americanos que teriam prometido levá-los para uma vida melhor, longe do país seriamente abalado pelo terremoto do mês passado. As histórias contradizem as afirmações da líder do grupo de batistas, segundo quem as crianças vieram de orfanatos ou foram entregues por parentes distantes.