Caminhando para três anos de investigações, o assassinato brutal de Beatriz Angélica Mota ainda está envolto em um grande mistério. No entanto, os pais da menina reconhecem o trabalho incansável que vem sendo realizado entre Polícia Civil (PC) e Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

De acordo com Lúcia Mota, mãe de Beatriz, o empenho das duas instituições em elucidar o crime que chocou o Vale do São Francisco e o país é digno de todos os elogios. “Está havendo um entrosamento muito grande entre o Ministério Público e a Polícia Civil, em nome da delegada Polyanna Neri”, destacou. “A gente tem certeza que tudo será esclarecido e os culpados serão punidos dentro do rigor da lei”, avaliou.

Lúcia ressaltou também o papel da Polícia Federal (PF), que ajudou inicialmente a PC no caso e deve apresentar em breve seu trabalho, o qual está em fase de conclusão. “É mais um fio desse novelo que a sociedade vai ver”, afirmou Lúcia.

Anistia Internacional

O professor Sandro Romilton, pai de Beatriz, admite que há muitos fatos obscuros cercando o crime. Mas os obstáculos só o estimulam, juntamente com a esposa, a continuar na luta por justiça. Ele revelou, inclusive, ter entrado com a Anistia Internacional, que ficou de estudar o caso minuciosamente. Sandro lembrou que, à época do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, integrantes da Anistia pediram a prisão de policiais militares suspeitos da participação no crime. “Por muito menos vemos nesse país pessoas acusadas terem a prisão preventiva ou temporária. Mas no caso de Beatriz, até agora ninguém foi preso e a gente não entende o porquê. Que protecionismo é esse?”, desabafa o pai da menina.

A direção do Colégio Maria Auxiliadora, onde ocorreu crime (na noite de 10 de dezembro de 2015), já manifestou apoio à família por meio de notas divulgadas na imprensa local. No entanto, Sandro e Lúcia asseguram que esse apoio, na prática, nunca aconteceu.