Apenas acesso à água não acaba pobreza na bacia do rio São Francisco

por Carlos Britto // 19 de agosto de 2009 às 13:29

rio-sao-francisco-dia3Estar próximo a uma fonte de água não impede que elevados índices de pobreza atinjam os agricultores e suas comunidades. Por outro lado, e de forma surpreendente, comunidades rurais menos favorecidas em termos de recursos hídricos podem mostrar baixos níveis de pobreza rural. 

Situações assim foram constatadas pelo economista Marcelo Torres, da Universidade Católica de Brasília (UCB), em duas áreas da bacia do rio São Francisco: a sub-bacia de Buriti Vermelho – próxima à capital federal, e a de Boqueirão/Juazeiro – em terras da Bahia e de Pernambuco. Elas estão relatadas na pesquisa do economista  junto com especialistas da Embrapa Cerrados e Embrapa Semi-Árido. 

Esse é um trabalho de pesquisa original por integrar modelos hidrológicos a modelos econômicos em diferentes escalas espaciais, e aplicados à realidade brasileira.  Segundo Marcelo, os modelos hidrológicos quantificam a disponibilidade de recursos hídricos no tempo e no espaço. Isto é, estimam e organizam as informações sobre onde e quanto de água há disponível para uso em cada mês do ano.

Já os modelos econômicos se baseiam em técnicas de otimização matemática para medir os efeitos, por exemplo, sobre a alocação de terra entre culturas, uso de insumos (incluindo água) e quantidade produzida decorrentes de mudanças na disponibilidade de recursos hídricos.

A análise conjunta destas duas perspectivas não deixa dúvida de que a relação entre disponibilidade de água, renda e emprego agrícolas não é tão direta como se costuma imaginar. 

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