O vereador Dr.Pérsio Antunes (PV), um dos mais polêmicos da Casa Plínio Amorim, apimentou a celeuma provocada em todo o país pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, já aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados. Na última quinta-feira (27), diante da presença de centenas de estudantes secundaristas de Petrolina, que foram até o Legislativo de Petrolina pedir o apoio dos vereadores, Dr.Pérsio dividiu opiniões.

Embora reconhecesse a legitimidade do protesto dos estudantes contra a PEC 241, o vereador disse o atual momento exige medidas austeras, “com responsabilidade”, por parte do atual governo, para recuperar a economia do país. Segundo Pérsio, a situação só chegou a esse ponto porque a gestão petista, segundo ele, não fez as reformas necessárias que colocariam o Brasil num cenário bem diferente.

Ainda assim, o vereador da bancada de oposição mostrou-se contrário a alguns itens da PEC, como o congelamento de salários e a restrição de concursos públicos. Para Pérsio, se a população vai fazer sacrifícios, os parlamentares do Congresso também deveriam fazer. “Por que os senadores não cortam da própria carne, que recebem R$ 1,6 milhão por ano só de vantagens? Por que eles não bancam suas próprias residências em Brasília? No Chile, por exemplo, a presidente tem a casa dela, mas é ela quem paga, não é o governo. Aqui no Brasil são gastos bilhões pelo ralo com os políticos”, avaliou.

Pérsio também lamenta o fato de que um trabalhador brasileiro precisa chegar aos 70 anos para receber seu benefício de aposentado, enquanto um senador ou presidente, após encerrarem seu mandato, aposentam-se recebendo aquele salário pelo resto da vida.

Desconhecimento

O vereador, no entanto, comentou o fato de que 77% da população – segundo dados de pesquisas – desconhecem o conteúdo da PEC 241. E aproveitou para tecer críticas aos petistas, que estariam tirando proveito disso. Um bom exemplo, segundo ele, diz respeito a sua área: a saúde. Pérsio afirmou que enquanto a Inglaterra investe 80% no setor, o governo brasileiro só aplica 44% no Sistema Único de Saúde (SUS). “No Brasil sobra dinheiro para saúde, e o governo não investe. Agora eles estão dizendo que vai faltar dinheiro para a saúde. Ora, o governo do PT passou 14 anos e só investiu 44% do que estava no Orçamento para a saúde. Como é que se está cortando dinheiro para a saúde?”, alfinetou. Pérsio também não poupou entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), que só está se manifestando contra a proposta porque teria “perdido a mamata”. “A UNE recebeu do governo do PT, de 2011 a 2014, R$ 44 para construir sua sede no Rio de Janeiro. Mas somente duas salas ficaram para a UNE. O resto é de quem?”, completou.