Após 12 dias de interdição de um trecho da BA-210, em direção a Sento-Sé, no norte da Bahia, a Justiça determinou a retirada dos manifestantes que protestavam contra uma mineradora, que segundo eles, tem provocado prejuízos sociais e econômicos na região. Eles pediam o asfaltamento da estrada que liga Ponta D’Água à sede do município – cerca de 100 quilômetros que atravessa 11 comunidades.
No entanto, os manifestantes disseram que a decisão judicial foi dada sem que houvesse respostas para as reivindicações. “Não apareceu ninguém. Nem prefeita, nem vereadores, nem do governo do Estado. O sentimento é de muita indignação. Para os nossos governantes nós somos invisíveis, ninguém liga se a gente sofrer um acidente. Os impactos causados por essa mineradora são horríveis e essa questão da estrada é urgente”, desabafou a professora Sônia Maria de Oliveira, da comunidade Pascoal.
Essa indignação é um sentimento comum dos/as manifestantes. “Ficamos todos esses dias na beira da estrada, tomando sol, poeira na cara, esperando alguém para nos ajudar. Quem apareceu para nos receber foi a polícia e a oficial de justiça. Nós não temos ninguém por nós, só temos Deus”, lamentou Dona Maria Rosa Cruz, da comunidade Tombador de Cima.
A mobilização das comunidades ribeirinhas contra a mineradora já dura mais de três anos. Apesar da decisão judicial, os ribeirinhos disseram que irão continuar lutando por direitos básicos até que os trabalhadores rurais e pescadores sejam ouvidos. A gestão municipal de Sento-Sé e Governo da Bahia ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
Na época das eleições para prefeito, vereador, governador…. com certeza eles vão aparecer para ouvir, não resolver, as reivindicações dos ribeirinhos. Alguém tem dúvidas disso?