O Blog recebeu nesta segunda-feira (25) o penúltimo convidado da série de entrevistas com os candidatos da proporcional. O vereador de Petrolina, Geraldo da Acerola (PT), teve a oportunidade de falar de suas propostas de governo, caso alcance uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Geraldo é um persistente. Lutou por vinte anos até conquistar uma cadeira na Casa Plínio Amorim, mas depois de ser eleito vereador, mostra-se otimista para alçar voos mais altos. O petista diz que tem na agricultura familiar sua grande bandeira de campanha.

Confiram:

Blog – A gente vê certa restrição ou falta de apoio do partido ao seu nome. O senhor concorda? O que tem a dizer sobre isto?

Geraldo da Acerola – Esta pergunta me dá a oportunidade de dizer para o povo que valeu a pena. Na verdade um bom produtor tem que saber plantar e colher no momento certo. Se você colher uma manga antes do tempo ela vai estar azeda. Então acho que valeu a pena estes quase vinte anos, que foram importantes para eu conhecer o papel da política. Talvez se tivesse sido eleito naquela época teria decepcionado a mim mesmo. Porque política é acima de tudo estar a serviço e eu estou agora.

Blog – Geraldo, mas você não respondeu, o partido está lhe apoiando neste projeto?

G.A – Eu digo que sim. O partido não é uma pessoa, é um grupo. Tem uma diretriz, tem um estatuto, tem um regulamento. E eu consegui registrar meu nome como candidato porque o partido aceitou, me deu o direito. Poderá até ter alguém contra, mas isso não é o partido, são algumas pessoas.

Blog – A ex-deputada Isabel Cristina e a vereadora Cristina Costa estão apoiando seu nome?

G.A – Eu digo que sim. Porque nós estamos num momento muito bom, nós estamos pedindo votos para (Isabel) Cristina, ela é suplente, poderá ser senadora. Eu acho que ela tem direito como presidenta do partido, ela tem direito de pedir voto para todos os candidatos, eu acredito que ela deve estar apoiando Geraldo da Acerola, porque Geraldo da Acerola está apoiando ela.

Blog – O deputado Odacy Amorim sugeriu que depois de lutar tanto para entrar na Câmara, este não seria o momento para o senhor se candidatar a deputado. Isto lhe chateou?

G.A – Eu acho que o deputado, por ser novo no PT, ele não foi feliz, porque no partido todos temos o mesmo direito. Nós só temos que escolher um número e cabe a cada um escolher um número. Então, naquele momento, ele estava preocupado com o mandato dele, mas nós somos companheiros e não adversários, os adversários estão em outros partidos. Eu quero que ele seja eleito, mas Geraldo também vai ser eleito. Porque todos têm direito e o povo é quem vai escolher, então aquele que não vota em Odacy vai votar em Geraldo.

Blog – Que apoios o senhor já conseguiu em Petrolina e em outras cidades onde tem pedido votos?

G.A – a nossa caminhada é emocionante. Eu não quero aqui me comparar àqueles que têm milhões e estão gastando muito dinheiro. Isso é até uma forma demagoga eu acho que o povo não quer mais isso, o povo quer ouvir propostas, quer conversar, sentir a pessoa é isso que dá voto é isso a mudança que o povo quer. A gente tem andado bastante, Petrolina tem me levado para longe. Tem pesquisa aqui que mostra que eu estou empatado com gente que está gastando dinheiro. Estamos com 12% aqui e isso é bom demais. Eu tenho andado em Serra Talhada, Triunfo, Araripina, Trindade, Santa Cruz. Tenho ido até o litoral e lá temos encontrado gente que dá apoio a nossa campanha. Então tenho certeza que vamos ser eleitos e representar este povo de Pernambuco.

Blog – Qual será sua bandeira como deputado estadual?

G.A – Tenho várias bandeiras, mas uma das principais é a agricultura familiar. São os valores da família, porque é minha origem. Isso eu tenho percebido que necessita de alguém para falar e eu falo porque eu sinto na pele. Então eu me sinto na obrigação de levantar essa bandeira porque é a agricultura que gera emprego e renda e orgânica, sem ter que usar veneno. Nós temos grandes adversários, o agronegócio, as grandes indústrias de veneno são adversários potentes. Mas temos que mostrar que é possível produzir sem veneno. Oferecer alimentos saudáveis, só assim poderemos garantir mais saúde para a população.

Blog – A população do Projeto Nilo Coelho ainda carece de água potável. O que o senhor pretende fazer para trazer este item para a população?

G.A – Parece até uma coisa impossível. Eu tenho andado no Brasil inteiro e eu digo que aqui tem mais de 70 mil pessoas bebendo água bruta. Isso é vergonhoso. Já tivemos ministro, deputado federais, senadores, e não resolveram este problema. Isso significa que não é fácil, mas eu vou lutar para que a gente possa resolver este problema, tratar a água desse povo é uma das nossas bandeiras. Cuidar da saúde não é construir hospital, é prevenção. Vou falar com o governador, com senadores, deputados federais e até com a presidenta Dilma para que a gente possa acabar com esta vergonha.

Blog – O senhor fala em acabar com esta vergonha, mas seu partido está no poder. Como você avalia o governo? Dilma tem condições de ser reeleita?

G.A – Não tenho dúvida. Não pelo que ela diz que vai fazer, mas pelo que ela já fez. O povo sabe que no governo do PT, que começou com Lula, as mudanças foram visíveis. No passado, um ano sem chover, o povo ia para as ruas saquear para matar a fome. Nós estamos com quase cinco anos sem uma safra boa, mas você vê o povo alegre. Você vai no interior e o povo tem seu carro, sua moto. Então isso mostra que tudo isso é responsabilidade do governo federal. Agora temos que fazer muito mais.

Blog – Suas considerações finais, candidato.

G.A- É um privilégio poder falar para seus seguidores. Quero dizer que esperei quase vinte anos para me eleger vereador pelo PT. Sempre fui fiel ao meu partido, porque esse é o partido que eu me identifico com ele. O partido que tem como bandeira defender os trabalhadores. É claro que nós temos nossas angústias numa família grande sempre tem alguém que contraria. Mas, eu quero dizer que eu fui eleito vereador e consegui fazer muita coisa. Fui para Brasília e através de uma emenda consegui trazer quase dois milhões de reais para a saúde básica, para a educação, para construir um mercado onde vai ser comercializado produto orgânico, para capacitar produtores e certificar para que eles possam produzir e vender. Consegui também uma emenda de setecentos mil reais para comprar aparelhos para a saúde. Eu, como vereador consegui fazer isso, e como deputado vou poder fazer muito mais.