Arquivos doados à UPE revelam nomes de petrolinenses investigados pela Ditadura Militar

por Carlos Britto // 28 de agosto de 2015 às 07:00

20150827_104718A Universidade de Pernambuco (UPE)/Campus Petrolina acaba de receber mais de 8 mil documentos que podem ajudar a reescrever a história do município. Os documentos foram doação à instituição pelo pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Grimaldo Carneiro, e contam como a ditadura militar vigiou e controlou a vida de muitos pernambucanos.

O pesquisador revela que os documentos foram doados através do projeto ‘Resgate da História’, feito em parceria com o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, para que os Estados brasileiros possam ter acesso à documentação referente a este período da História do Brasil.

Muitos Estados não estudam este período da ditadura porque esta documentação fica no Rio de Janeiro, e não é todo mundo que tem condições de ir até lá. E de acordo com o projeto ‘Resgate da História’ a documentação referente a cada Estado vai ser entregue a duas universidades do Estado, onde os historiadores ou pessoas comuns poderão recorrer a eles para pesquisar”, explicou Carneiro.

O pesquisador explica ainda que através destes documentos,  qualquer pessoa poderá ter acesso às informações produzidas pelas órgãos de vigilância da Ditadura Militar.

“Agora, vocês terão acesso à documentação produzida pelo órgãos de informação da ditadura, que era o Serviço Nacional de Informação (SNI) e que hoje todos conhecem como a Agência Brasileira de Informação (Abin). Muita gente foi vigiada, reprimida e até hoje não sabe o porquê. E nestes documentos isso vai estar explicado sobre como os órgão da ditadura controlavam a vida dos pernambucanos”.

Diocese vigiada e o bispo temido

Como a história já contou, a igreja católica representava um grande risco ao regime ditatorial e por conta disso era alvo constante de investigação. Em Petrolina não era diferente. Por vários anos líderes religiosos foram alvos de perseguição, como explica o historiador.

A Diocese de Petrolina era totalmente vigiada porque os militares tinham muito medo da igreja. Eles viam a igreja como sua grande opositora. O bispo Dom José Rodrigues (de Juazeiro da Bahia), por exemplo, era muito vigiado e só não foi morto porque era um bispo da igreja e os militares temiam isso.  Estes documentos trazem muitos outros nomes de pessoas daqui de Petrolina e a gente precisa ter cuidado. Temos por exemplo, nestes documentos, a história de um professor de Petrolina por quem eles [ditadores] tinham muita aversão e, inclusive chegaram a acusá-lo de pôr fogo em uma escola, isso só para denegrir a imagem deste professor”, contou o historiador.

Pernambuco é o quarto Estado brasileiro a receber a documentação. Além da UPE, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) também foi contemplada com a doação destes documentos. O diretor da UPE Petrolina, Moisés Almeida, explicou que todos os documentos são digitalizados e já estão disponíveis para os interessados no laboratório de história da instituição.

Os documentos já estão lá na UPE e qualquer pessoa pode nos procurar para ter acesso a eles. É claro que é preciso ter muito cuidado, afinal são documentos históricos muito importantes, que contêm informações delicadas sobre a vida de pessoas,”, finalizou Moisés.

Arquivos doados à UPE revelam nomes de petrolinenses investigados pela Ditadura Militar

  1. Camila disse:

    E ainda tem gente que tem coragem de defender a volta da ditadura

  2. Manoela disse:

    E por que não disponibiliza na internet? Seria mais fácil o acesso.

  3. otavio alves disse:

    Na época da chamada Ditadura Militar, estudamos em escolas públicas de qualidade, tínhamos seguranca,nunca tivemos nenhum problema com os militares que diga-se de passagem, foram eles que construiram as grandes obras estruturadoras desse País e mais, não temos conhecimento de nenhum Presidente Militar que tenha ficado rico com o dinheiro do Povo.

  4. Maria disse:

    Pois é Camila! Defendem ou porque não sabem o que foi essa mancha na vida do País ou porque de uma forma direta ou indireta foi beneficiado por ela.

  5. otavio alves disse:

    Os símbolos da resistencia ao Regime Militar ou foram presos ou estão presos por condutas indevidas, presos em governo civil por corrupcão e lavagem de dinheiro público, porque atacaram o dinheiro público, o meu o seu e de todos, precisa citar os nomes de zé dirceu, Genoino e tantos outros.

  6. Guimarães disse:

    Mas revelarão os crimes cometidos pelos guerrilheiros e bandidos que assolavam a nação no período militar ou é só mais um bando de documento forjado para criminalizar os homens mais decentes que geriram a nação e santificar os maiores canalhas da história brasileira, incluindo os bandidos que agora mandam e saqueiam o Brasil?

  7. Luiz Otavio Nogueira da Silva disse:

    A Camila falou:

    “E ainda tem gente que tem coragem de defender a volta da ditadura”

    Pergunto: O que estamos vivendo nesse momento, senão uma ditadura em evolução, mas já em adiantado estado?

    Não desejo ditaduras – seja de que orientação ideológica seja.

    Censura? Prisões sumárias? Campos de concentração? Parlamento sendo anulado? Punições por opiniões? Sumárias quebras de sigilos bancários?

    Como é o nome disso?

  8. GIOVANI BARBOSA JUNIOR disse:

    Kkkkkk Viagem.

  9. Cassia Silene Correia Daltro disse:

    Boa tarde!
    Muito importante saber, quando defender ditadores, não tem a mente ruim, sego pois se não viu, ou não ouviu falar do terror que foi época da ditadura, mães que via seus filhos serem preso e nunca mais voltar pra casa. O mais terrível foi chorar por saber até chegar a morte, o tanto que seus filhos sofreram até morrer e não ter o minimo de dignidade. Isso é a ditadura. Não consigo imaginar que exista a mínima possibilidade de retroceder e não ter direito de falar o que sente, não concordar como algumas atitudes dos nossos governantes.

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