Neste artigo, o leitor Pedro Vieira Souza Santos acredita que, em tempo de fake news, a palavra deve ter outro sentido apenas quando for voltada à poesia e à arte, e nunca quando se tratar da verdade dos fatos.
Confiram:
“Isso é Fake!”. Certamente essa é uma das expressões mais comuns citadas nos últimos tempos. Com o advento das redes sociais, amparada pelo acesso à internet cada vez maior nos mais remotos ambientes, a difusão de informações falsas macula drasticamente a imagem da verdade.
A princípio, o propósito da inclusão tecnológica seria de nos proporcionar maior acesso a dados e, consequentemente, usufruirmos de mais informação no nosso dia a dia. Mas quando esse fito não é respeitado, a palavra é convertida e os seus sentidos são manipulados.
O caráter maléfico dessa conversão está na tentativa de manobrar a massa social de modo que opiniões sejam (re)construídas com base em alterações medíocres de postagens compartilhadas, de informações publicadas e até mesmo de dados históricos. Isso é grave, uma vez que induz os menos precavidos a pulverizarem o conteúdo adulterado e sepultar a veracidade.
Lao-Tsé (filósofo e escritor chinês) afirmara que as palavras verdadeiras nem sempre são agradáveis, e isso nos ajuda a entender um dos motivos pelos quais os “adulteradores” da palavra tem para assim agir: embasar seu posicionamento e/ou sua argumentação, alterando o curso comum da verdade.
Quando a adulteração ocorre pode ser facilmente detectada por qualquer pessoa, por mais modesta que seja em entendimento e letramento; ora, duas verdades nunca se podem contradizer, confirmara Galileu Galilei (físico, matemático, astrônomo e filósofo florentino), ou seja, a verdade, de fato, triunfará.
Devemos permitir, portanto, a conversão da palavra apenas no seu mais primoroso emprego: da poesia e da arte em geral. Nesses dois casos, sim, é permitido dar outros sentidos as palavras, que transcendem a simples interpretação no mundo real, dando vida ao sentido figurado.
Pedro Vieira Souza Santos/Engenheiro de Produção