Neste artigo, escrito pelo professor Aniz Rozde, ele faz uma reflexão sobre os furtos e roubos de bicicletas em Petrolina. Segundo ele, este tem se tornado um dos grandes problemas relacionados à segurança na Capital do São Francisco. O professor também cobra das autoridades para que coloquem em prática ações de combate e prevenção a esses problemas.
Confiram na íntegra:
A cada dez notícias veiculadas pelos principais blogs de Petrolina sobre bicicletas, sete estão relacionadas a roubos e furtos. Apesar de ainda não haver publicidade sobre a quantidade oficial de roubos e furtos de bicicletas nesta cidade, tampouco do número de vítimas que vão às delegacias registrarem boletins de ocorrência, é público e notório que esse problema aumenta dia a dia e, pelo visto, ainda sem uma resposta efetiva das autoridades públicas na medida dos anseios da sociedade e, sobretudo, das vítimas.
Até a década de 1990, bicicletas eram utilizadas por adultos como meio de transporte e, por crianças e adolescentes como brinquedo. Era o tempo que imperava a Barra Forte Circular e as Monaretas, a maioria adquiridas na saudosa Casa das Bicicletas de Zé Macaúba.
Hoje, as bicicletas são utilizadas também para a prática de esporte, do lazer, de encontros entre amigos, do passeio em família e, com a pandemia, como veículo de trabalho dos chamados Deliverys. Além dessas modificações nos usos múltiplos da bicicleta, outra mudança significativa é o preço, que salta de meio salário mínimo para até cem salários mínimos. Atualmente existem bicicletas mais caras que um carro de luxo.
Em vista desse aumento nos usos múltiplos e, principalmente, nos valores das bicicletas, somado às facilidades que os ladrões e receptadores encontram para trafegar e negociar os produtos oriundos de suas ações criminosas, parece que aumentou também as quantidades dos crimes de roubo e de furto de bicicletas em Petrolina e Juazeiro, que vêm gerando inúmeros problemas socioeconômicos, os quais demandam de medidas mais enérgicas das autoridades públicas e de mudanças no comportamento da Sociedade.
Nesse sentido, urge a necessidade da adoção de medidas efetivas para a prevenção e o combate a este crime, dentre as quais enumero pelo menos dez exemplos possíveis:
I) o aumento do policiamento ostensivo nos bairros e vias públicas com maior registro de ocorrências;
II) a constituição de uma equipe policial especializada na investigação desses crimes;
III) o planejamento, a organização e a execução de operações policiais integradas;
IV) a criação e implementação de Políticas Públicas que possam estender o papel controlador do Estado também sobre as bicicletas, que pode ser por meio da adoção de um documento virtual de uso obrigatório, com o qual o condutor deva comprovar a legalidade do porte e, ou da posse da Bicicleta, assim como já existe para outros veículos;
V) a realização de blitz específicas para bicicletas ou, pelo menos, a inclusão da verificação de bicicletas nas blitz convencionais, para que os policiais possam identificar se há algum registro de roubo ou furto com o número do quadro, assim como é possível fazer com os IMEIs de telefones celulares;
VI) a criação de um banco de dados com informações sobre os registros de roubos e furtos de bicicletas nos limites do município, com acesso livre para a população ver se há algum registro de roubou ou furto do bem a ser adquirido;
VII) a obrigatoriedade das oficinas credenciadas e regularizadas manterem um banco de dados atualizado de todas as bicicletas consertadas em seus estabelecimento e de seus respectivos “proprietários”, integrado ao banco de dados do Estado;
VIII) a realização de campanhas socioeducativas de sensibilização e conscientização da população sobre os riscos e as consequências de adquirir uma bicicleta fruto de furto ou de roubo;
IX) a instalação de um sistema de registro de imagens com cameras 360º de alta resolução, em pelo menos cem pontos nas principais vias públicas do perímetro urbano, distribuídas nas quatro zonas urbanas;
X) uma mudança no comportamento da sociedade, a qual, em vez de naturalizar estes crimes, deve denunciá-los.
No entanto, mesmo que tudo isto fosse implantado amanhã, é importante ressaltar que este não é um problema exclusivo de segurança e tampouco acontece apenas em Petrolina. Na verdade, este parece ser apenas um efeito, o qual a provável causa seja o avanço de uma generalizada crise econômica e moral.
Contudo, ainda assim, não é mais possível conviver em paz numa cidade, na qual nos últimos 4 anos, um cidadão de bem teve um carro e quatro bicicletas furtadas em três residências diferentes na região central de Petrolina. Autoridades públicas, encarem este problema! E, tentem vencer este desafio. Pois esta realidade não condiz com os indicadores do selo da “melhor cidade para se viver no Nordeste”.
Aniz Rozde/Professor
Professor, benvindo a sociedade moderna e ao país de terceiro mundo, dividido entre os que tem e os que não tem posses.
A única forma dessa população sobreviver é roubando de quem tem.
A própria sociedade moldou a forma de agir, seus representantes estão no executivo , na justiça capenga e no congresso cheio de gente boa.
Quer o quê?
Vai ficar pior!
Capital do São Francisco??? De qual unidade federativa mesmo?