O professor Gesner Santana fez uma bela crônica esportiva, neste artigo, para elogiar e ao mesmo tempo criticar a situação do futebol de Juazeiro.
Confiram:
Em um domingo qualquer nós saímos para o estádio Adauto Morais cedo, bem cedo. Passamos no mercado, tomamos um café, ou comemos uma buchada em Dona Francisca, partimos para uma cervejinha depois, logo ao lado. Juntamos aquela resenha esportiva e o jogo começa ali, duas ou três horas antes do apito inicial. Se já não temos o ingresso em mãos, vamos trocar as notas, ou arrumar com um cambista residente no Coliseu.
As famílias das mais variadas cores e credos chegam junto às portas do “Adautão”. A torcida visitante (quando existe), também se aproxima. Nós, então, precisamos beber o máximo de cerveja possível fora do estádio, pois lá dentro não pode. A grande graça e o grande feito é tentar burlar a segurança e entrar com tal líquido sagrado. Quando conseguimos, somos loucos, quase heróis (para alguns).
Em um domingo qualquer entramos no estádio quando o time visitante ainda está no aquecimento, corremos para o alambrado para proporcionar carinhosamente aos atletas adversários, os mais diletos carinhos, homenageamos suas mães, pais, times e carreiras. A forma física e aspecto pessoal também não passam despercebidos. O jogo para nós novamente começa ali. Então nós escolhemos o lugar pra sentar. Sentar? Perto das cabines, ou na “nova” arquibancada? Nós preferimos mesmo é ficar em pé, atrás do banco de reservas destinado aos visitantes e ali fazemos nossa parte, infernizando a vida dos técnicos e auxiliares.
Em um domingo qualquer vemos o jogo contra o time da capital com aquela certeza quase imbecil que podemos vencer, sim, vencer. Só não queremos que seja igual àquela final, que certo da vitória, perdemos, entregamos ou nos entregaram. O jogo se desenrola e o resultado na maioria das vezes nem vale a pena. Sabemos que estes domingos são raros e que não temos a sorte de ser Salgueiro ou Juazeiro do Norte, somos felizes com o que temos e nos contentamos com tal, apenas com alguns domingos.
Em um domingo qualquer o jogo ainda é narrado no rádio. Herbert Mouze pensa do jeito dele, Raimundo Amarildo ainda está lá no campo, a torcida já envelheceu e envelhece cada vez mais. Os jogadores daqui encontram-se às centenas. É inegável a capacidade futebolística desta cidade, basta um busca rápida na história recente do futebol ainda amador para descobrir nomes de atletas memoráveis e/ou promissores como Givaldo, Caboclinho, Miro Aranha, Péba, Nunes, Gerson, Muller, Jaílson Rêgo, Anísio, Nixon, Janílson, Cocada, Dedé, Toni Jarbas, Petros e tantos outros que por critério pessoal deixei de citar. Material humano existe, e como!
Então, qualquer um em plena consciência deve se perguntar todo ano, quando chega dezembro, quando janeiro já bate à porta de um novo campeonato baiano, “o que acontece com o Juazeiro Social Clube?”.
Em um domingo qualquer podemos esperar por planejamento e investimento. Organização e respeito para com os torcedores e seguidores. Aqui nós respiramos futebol. Em um domingo qualquer você pode perder ou ganhar, menos aqui em Juazeiro.
Aqui o resultado é sempre o mesmo, já partimos para o jogo derrotados, já sabemos que será a mesma situação de anos atrás. Estou falando de um jogo, o futebol, que dentre as coisas menos importantes da vida, esta é a mais importante, já dizia o profeta/poeta/romântico. Sou um torcedor.
Mas creio que somos sofredores convictos de um time/cidade fadado ao ostracismo esportivo. Mas que, mesmo assim, em determinados momentos do ano, seguimos como uma religião, o Futebol Sagrado de Todos os Domingos. E como um rito religioso, nosso culto é aos domingos, na maioria das vezes às 16 horas, um domingo desses aí qualquer.
Hoje não é domingo, ainda não acordamos do sonho de 2001, hoje não temos um time, dizem que temos dois. O porquê de existir a Desportiva Juazeirense, o porquê de tanta disparidade? Ainda não sendo domingo, há tempo para agir. Anunciaram um “novo” técnico, a salvação. Em um domingo qualquer eu espero ter alegria de verdade, poder levantar a cabeça vestir o manto verde. Eu apelo: acorda Juazeiro! Nós nos vemos em breve, em um domingo qualquer.
Gesner Santana/Professor de História
Os dois intelectuais da frente da fila, devem estar usando chapéus da mesma cor. Suponha que eles estivessem usando chapéus vermelhos, que o terceiro estivesse usando um chapéu branco e que o quarto estivesse usando um chapéu azul. O intelectual que está por último, seria o primeiro a responder. Se ele visse um chapéu de cada cor na cabeça dos três intelectuais à sua frente, não seria capaz de dizer qual era a cor do seu próprio, uma vez que a cor repetida podia ser qualquer uma delas. Assim, ele precisa ver dois chapéus da mesma cor (no caso, vermelho) e um de uma cor diferente (no caso, branco), para concluir definitivamente qual a cor de seu chapéu (no caso, azul).
• Sinopse: O filme é a visão do diretor Oliver Stone dos bastidores do mundo milionário do futebol americano. Quando um quarterback experiente é afastado do time, cabe ao reserva toda a responsabilidade. Ele dá uma ótima resposta e força o técnico veterano, envolvido com conflitos de interesses que envolvem até a presidência do clube, a reavaliar o jogo e a vida.