Em artigo, a leitora Gleide Mello, ex-aluna da Escola Marechal Antônio Alves Filho (EMAAF), que completou 50 anos de fundação em Petrolina e agora funciona em novas instalações, relembra um pouco do que viveu quando estudava na instituição. Em singelas palavras, Gleide destaca os eternos momentos vividos na EMAAF e também fala da forma que agiam os antigos educadores.
Confira o artigo na íntegra:
Recordar é viver
Há cinquenta anos, “ao vibrar os clarins da aurora, tu te ergues EMAAF a cantar” !
Tua existência continua em intensa pulsação. A música que emanou de tuas entranhas no passado continua a ressoar através dos tempos na vida de teus filhos, porque “teu canto é sempre um hino de vitória. Teu nome um sol em chamas a brilhar”, a irradiar na vida de muitos que buscaram beber de tua fonte o saber.
Quantas lições preciosas tivemos! Os debates envolventes nas academias literárias a exercerem influência no futuro ingresso de muitos no universo das letras e humanidades; os desfiles cívicos, as peças de teatro, as coreografias, os sons, as cores e contos do folclore. Enfim, a ênfase à cultura e as artes ao estimular para sempre nossa liberdade criativa; o entusiasmo com que vivenciávamos as práticas esportivas a aguçar-nos o sentimento de pertencimento a esta casa; a dica inesquecível da Profa. Zélia Almeida, para não hesitarmos ao cantar o Hino Nacional Brasileiro: “primeiro a gente sonha, depois a gente ama”.
Que dizer dos intervalos de aula? O vigoroso balançar dos alunos, nos galhos dos teus eucaliptos tombados, quando a chuva resolvia visitar este sertão, desenhava uma imagem de inúmeras andorinhas enfileiradas, a equilibrar-se sobre os fios em ventania; as conversas e confidências à sombra dos ipês amarelos cujas flores, em profusão, teciam o esplendoroso tapete que compunha o cenário de nossos dias primaveris…
Eis somente algumas das inúmeras e doces memórias de acontecimentos que enchiam de festa e gozo o nosso cotidiano de aprendizado! Tempo bom, de simplicidade, ternura e pureza, vivido intensamente! “Nossas almas vibram de emoção feliz!”, gratas ao Pai celeste por teres proporcionado a tantos jovens a oportunidade de crescer em conhecimento e de desenvolver valores importantes para o convívio em sociedade.
As lições de civismo e a disciplina de outrora não deterioraram nosso caráter. Pelo contrário, ajudaram a forjar homens e mulheres mais comprometidos e conscientes de seu papel na transformação da sociedade, “exaltando o valor da tua história”.
Tuas estruturas continuam incólumes, pois teu maior patrimônio é intangível, mantém-se preservado e não se pode mensurar. “Sob o céu de anil o Deus eterno quis os sinais do teu triunfo estampar”, sobretudo no sucesso de cada um de teus filhos. “EMAAF, EMAAF”! As muitas gerações que por aqui passaram podem testemunhar que “em ti tudo exprime valor”.
Tão grande dádiva recebemos do Pai ao sermos cuidados por mãos zelosas e devotadas, nas quais as novas gerações de educadores e gestores humildemente devem espelhar-se!
Ao Deus supremo “nosso canto de louvor” pela tua existência! Nesses dias de júbilo pelo teu cinquentenário, podes perceber que não foram falsas “nossas juras de amor varonil”. Nós, teus filhos, em harmoniosa sinfonia, hoje celebramos ao Senhor do Universo.
“Oh, meu colégio”, sim, serás sempre meu! Quis o Senhor da vida que nossas trajetórias se cruzassem, assim como os fios desse texto entremeiam os versos do teu saudoso hino, que entoávamos orgulhosamente sob o sol dos dias festivos.
“Por ti nós queremos lutar”, devolvendo à sociedade tudo aquilo que nos ofereceste de melhor, pelas mãos de todos quantos se doaram a mui nobre tarefa de educar. Por isso, “teu nome há de sempre fulgurar em Petrolina e no Brasil”!
Gleide Isnaia Coimbra Silva Mello/Ex-aluna da EMAAF – década de 80
eitxa porra, voltei aos meus tempos…..amei………..
Belo reconhecimento. Nos dias de hoje a gratidão é mesquinha, quase ninguém abre a boca para elogiar, pois elogiar nos nossos dias são tarefas difíceis. Agora criticar está na vontade de quase todo mundo.Parabéns.
Eu e minha esposa Aldeni somos ex alunos da EMAAF ficamos muito emocionado com tudo que aconteceu e recordar e viver.
Belíssimo texto, Gleide! Parabéns!