Num artigo enviado a este Blog, o ex-secretário de Educação de Petrolina, Coronel Heitor Leite, acredita que tanto a PEC 241 (que restringe gastos públicos por um período de 20 anos) como a MP 476 (que reforma o Ensino Médio) merecem um amplo debate, antes de serem criticadas.
Acompanhem:
O Brasil, exemplo emblemático de país latino, tem enraizado na cultura de seu povo o vetor passional em praticamente tudo o que faz. Vive intensamente as discussões, ama e odeia cegamente, aprecia manifestar seu pensamento. Sob o ponto de vista do comportamento social, somos muito suscetíveis a influências, opiniões e lideranças.
O advento da internet veio ao encontro de nossas necessidades de manifestação. Não por acaso conquistamos uma posição de destaque mundial na quantidade de acessos à rede mundial de informação. Essa estatística possui muitos aspectos positivos, desde o incentivo à capacidade crítica, passando pelo exercício de cidadania, até as possibilidades de articulação e organização social.
Mas uma reflexão se faz necessária. Para um povo que pouco lê, pouco pesquisa e tende a submeter as análises racionais aos ímpetos das paixões, as mídias sociais podem, se utilizadas de maneira irresponsável, proporcionar um desserviço ao nosso desenvolvimento. Num ambiente em que opiniões desprovidas de contexto ou conhecimentos técnicos são divulgadas de forma repetitiva, à medida em que ganham adeptos, podem se transformar em tendências, sob a denominação de opinião pública, e gerar pressões populares sabe lá a serviço de quem! Isso ocorre muito no futebol.
Todos somos técnicos, conhecemos tática e estratégia, temos convicções e emitimos nossas críticas sem rodeios. Não temos formação para questionar aspectos da preparação física, emocional ou tática do time. Mas isso não nos impede de sentenciar comissões técnicas, atletas ou dirigentes, principalmente depois de conhecermos os resultados.
O mesmo ocorre com as questões que envolvem a educação. Trata-se de um assunto que permeia nossas vidas. Em geral, temos filhos que estudam, frequentamos permanentemente os bancos escolares, direta ou indiretamente, e nos sentimos aptos a emitir opiniões, o que é um direito e um dever de cidadania. Mas, convenhamos, esse contexto não transforma usuários em especialistas.
A condução da educação exige preparo, conhecimento da realidade, estudo detalhado das leis que a regem e um alto grau de estratégia. Formar mestres, proporcionar instalações adequadas, desenvolver ambientes propícios à formação, valorizar profissionais, envolver comunidades e familiares, reter os alunos na escola, compreender o jogo político e conquistar os resultados desejados exige muito mais do que se pensa.
A estruturação do ensino médio, por exemplo, depende de uma ampla discussão que já se arrasta por aproximadamente vinte anos. Complexa por natureza, influenciada por correntes políticas e ideológicas, amplamente discutida ao longo desses anos, contempla a visão dos profissionais de educação e precisa ser implementada urgentemente, à luz do adequado emprego dos recursos públicos, com absoluto comprometimento dos gestores e fiscalização de legisladores e populares.
Nesse contexto, penso, a PEC 241 (Teto de Gastos Públicos) e a MP 476 (Reforma do Ensino Médio) proporcionam boa oportunidade para aperfeiçoar as questões em pauta. Infelizmente, várias pessoas que sequer leram seus conteúdos já se posicionaram. Sensibilizados por argumentos pontuais e por vezes desconexos, reverberam frases que vão formando um senso comum artificial, o chamado “pensamento popular”, que inviabiliza a discussão construtiva, crítica e fundamental para a formulação das soluções desejadas. A quem isso interessa?
Os movimentos estudantis, por exemplo, naturais grandes interessados no assunto, poderiam reivindicar uma ampla discussão, analisar conteúdos, contrastar linhas de pensamento, propor pesquisas e lutar pelo esclarecimento das posições existentes. Curiosamente, permaneceram adormecidos durante anos, em meio ao processo de desestruturação do ensino no país. Trocado o governo, acordaram e decidiram irrestritamente criticar, iniciando um movimento de paralisação de suas próprias aulas, o que não fizeram quando propostas semelhantes foram lançadas em passado recente.
As pressões advindas da internet, as manipulações de opiniões e os interesses escusos devem ser percebidos por todos. Manifestações reacionárias e isoladas são insuficientes para construir o país que desejamos. Tanto no futebol quanto na educação, todas as contribuições são bem-vindas e necessárias.
Cidadania e democracia pressupõem conhecimento, esclarecimento e ampla discussão. Limitar gastos, priorizar recursos e otimizar o emprego dos meios em prol da estratégia consagrada pelas urnas deve ser um senso comum entre eleitores e eleitos. Atender à população com um planejamento estruturado, sustentável, coerente e transparente é a missão imposta a todos nós e não podemos perder a oportunidade.
A reforma ora discutida não é obra do acaso. Reflete, em verdade, a maturidade, consciência e responsabilidade de parcela expressiva da população, que há tempos deseja verificar o zelo pelas contas do país com os mesmos cuidados de suas casas. Na contramão disso, populistas e oportunistas, como o “intelectual” Faustão, apregoam o assistencialismo de momento, com o preço de um futuro instável e previsivelmente ingovernável. É chegada a hora de decidir o futuro, enquanto ainda é possível pagar a conta das inconsequências e se permitir sonhar com dias melhores!
Heitor Bezerra Leite/Ex-secretário de Educação de Petrolina
Caro Heitor, agradeço pela sua disposição em enviar seu texto tão bem estruturado sobre a sua opinião. Tenho esperança que a nossa população atinja esse nível maduro de expressão. Essa é a bandeira da educação! Eu comungo com as suas opiniões, só não concordo com a parte de desvalorizar a opinião popular, acho que mesmo erradas elas são importantes e servem para acalourar as discussões e chamar atenção para a temática. Não é fácil, pq tem gente que é agressivo e se especializa no falso, no confuso e prejudica. Mas temos que superar e seguir em frente.
Eu quero ver é no ano quem vem (os cem primeiros dias). Se muita conversa e muita escrita resolvessem alguma coisa a nossa cidade seria a de menos problemas no Estado e no pais. A vidraça que se cuide. Vocês agora são vidraças, com altos salários na conta no final do mês. Que continue dançando o povo, principalmente quem vendeu o voto, e grande é esse número.
Coronel Leite é uma das poucas pessoas que conheço que consegue equilibrar muito bem o dizer e o fazer. Transforma, com o seu compromisso, a teoria em prática! Leva o trabalho a sério, planta as sementes da seriedade e colhe os frutos!
Em pouco tempo na pasta da educação conseguiu deixar um grandr legado!
Tem a minha admiração!!!
Parabéns, Leite. É de pessoas como o senhor que nosso país precisa.
Parabéns Coronel Leite!
Essa PEC é um mal necessário,para um futuro responsável.
Realmente passamos por um período delicado no cenário nacional, mas avalio que certas medidas se fazem necessárias para estabelecer o controle e organização para um considerável desenvolvimento. Até mesmo na nossa casa precisamos vez ou outra conter alguns gastos, reduzir algumas coisas para sairmos do vermelho…
Concordo com o posicionamento do Coronel Leite. De fato tenho visto muitas manifestações de pessoas que não se interaram do devido assunto, perdendo a propriedade para discussão… Mas como vivemos em um país democrático, onde é direito de todos a liberdade de expressão, vamos aí colecionando argumentos, ideias, bons posicionamentos e algumas “pérolas”. (Ponto de vista pessoal e intransferível)
Concordo, por que agora essa minoria de estudantes vêem brigar por direitos que muitos deles nem os menos compreendem !!!
A pouco tempo em um governo desorganizado e corrupto faziam se mudaças e essas minorias não ” ocupavam ” escolas para protestar !!!
Muito sensatas as palavras do Cel Leite, o dinheiro vai ter que ser aplicado realmente onde ele é destinado, e aplicado com responsabilidade, planejamento dando prioridade ao realmente elevará a educação !!!
É na minha humilde opinião porque será que eles que estão por trás desses movimentos querem tanto ir de encontro a PEC ?
Já não basta de tanta corrupção?
Cel Leite meus parabéns,
o que o senhor fez pela educação de Petrolina jamais algum fará melhor !!!
Este foi um grande homem ,um secretário que fez a educação mudar na nossa cidade hj temos o índice de excelente, ggraca ao trabalho deste grande homem que me tornei fã parabéns pelo seu trabalho e sua dedicação.
Já tive oportunidade de falar pessoalmente sobre a admiração que tenho pelo trabalho que o Cel Heitor desenvolveu na SEDUC. Pessoa determinada, foco no trabalho bem feito e nos bons resultadiscussão que envolva professores, gestores, família e alunos do Ensino Médio dos. Deixou sua marca na educação.. Espero que ele possa nessa próxima gestão mostrar mais uma vez seu trabalho.
Gostei muito do artigo e acho que deve realmente haver um amplo debate para maior conhecimento do assunto.
Concordo sobre a pec 241, sobre a MP não tenho conhecimento do conteúdo.
E isso mesmo que acontece. Muitos dao palpites em assuntos que nao conhecem. Acredito que a discussão precisa envolver professores, gestores, família e alunos do Ensino Médio que tenham a noção que precisamos avaliar nosso ensino. Parabéns pelo artigo cel Heitor Leite
Excelente artigo! A questão, como dito no texto, não é ignorar a opinião popular, mas procurar estudar, se informar, para não perpetuar a divulgação de idéias equivocadas como verdades. ???
Concordo em partes com o Sr.Coronel. Heitor:Se é Pra melhorar,reduzir gastos,poderia ser de outra forma e não usando a Educação! Se é pra promover palestras,pra debates e formação de opiniões, tudo bem,porém fica aqui uma pergunta:Se as pessoas envolvidas não conhecessem o assunto poderiam estar no direito de colocar suas propostas por meio de diálogos com os representantes?
As mudanças propostas em qualquer âmbito, são sempre motivo de discussão. O desejo de alterações em documentos importantes para a sociedade, são sempre vistas na literatura e defendida por pesquisadores, quando estes falam da necessidade de se rever as ações governamentais, para o sucesso da qualidade do ensino. No entanto, quando é chegado o momento, a seriedade para uma análise e conceito construído do que se está sendo posto, é restrita. Estou fazendo a leitura da medida provisória, bem como da proposta de emenda da constituição e vejo pontos favoráveis, necessários, porém entendo que as classes menos favorecidas, como sempre sentem os ajustes com mais intensidade. O texto bem redigido pelo Coronel Leite, reforça a necessidade de que cada um de nós, façamos a nossa leitura e tenhamos a nossa posição sobre tais assuntos. É preciso conhecer os pós e contras para emitirmos a nossa opinião e não somente transmitir o que grupos partidários defendem. Então conhecimento é a palavra da vez! Gosto de ter a minha opinião, mesmo que restrita e no momento é fazer a leitura sobre os vários ângulos!
Comparar educaçào com futebol hua hua
Quanto ganha um jogador?
E um professor?
E o nível de estudo?
Agora o lugar de reivindicar é nas escolas…
#naoapec
Parabéns Heitor Leite, ex secretário de Educação, pela organização e reestruturação realizada na seduc, precisamos de pessoas técnicas, de responsabilidades com o serviço público, com o erário público, para que possamos ter dias melhores para a nossa querida Petrolina.
sabemos da sua dedicação, seriedade e organização de trabalho para o bom funcionamento da entidade
Responder
Ex secretário Heitor Leite, é excelente o seu artigo, pois precisamos ter um amplo debate sobre as mudanças na Educação Brasileira, não podemos criticar e nem aceitar estas reformas sem o conhecimento da população e dos representantes das classes sociais.
Sei da sua dedicação pelo bom andamento do serviço público e pela sua determinação para o bem da nossa cidade.
Petrolina precisa de pessoas públicas como você, que faz com seriedade para o bom andamento da sociedade Petrolinense.
Bom artigo! Acredito no seu potencial Heitor Leite! Só que a Educação precisa de pessoas menos técnicas e mais humanas!!! Durante essa gestão o professor teve que bater continência para o então secretário e sua querida equipe de trabalho… Nunca na história de Petrolina o funcionalismo público sofreu tanta opressão e desmandos! Muitos casos renderiam processos por assédio moral, acreditem!!! Sinceramente, eu torço para que o coronel Leite não esteja a frente da secretaria de Educação.
Eu não concordo com você.
Defende baderna?
Acompanhei de perto a gestão e nunca houve tanto respeito e fortalecimento da carreira dos professores.
Sinceramente, eu torço para que o Coronel Leite continue prestando serviços ao municipio!
Realmente o texto publicado pelo coronel Leite é oportuno onde expõe sua opinião no momento que o país passa por mudanças.
É preciso haver maior envolvimento para se inteirar da situação sobre o assunto. Mas como somos democráticos, onde podemos expressar nossas opiniões e alguns argumentos, temos mais é respeita-los .
Só tenho que parabenizar pelo trabalho desenvolvido por ele.
Levou a sério com competência, sabedoria, seriedade e equilibrou a teoria com a prática.
Muitos querendo se promover hua hua Para gerir a pasta da educação tem que ser um profissional lotado na educação óbvio.
Educaçào ñ é um jogo…