Num artigo a este Blog, o jornalista e torcedor fiel da Juazeirense, Raphael Leal, fala sobre a conexão entre o futebol jogado na cidade e os torcedores, que agora estão comparecendo ao estádio. Ele ainda faz um comparativo entre a torcida do Juazeiro, no passado, para a torcida da Juazeirense.
Acompanhe:
Ir ao estádio de futebol sempre foi uma atração para mim. Frequento o Adauto Moraes desde menino, levado pelo meu pai, ou para assistir aos jogos dos meus irmãos que disputavam a liga amadora. Também assisti a muitos jogos do Campeonato Intermunicipal. A torcida vibrava!
Mas aí veio o Juazeiro Social Clube. Primeira equipe profissional da cidade a disputar um campeonato baiano. Aqui começamos a torcer pelo time que encantou o município e toda a região, com um futebol refinado, representado por Janilson, Wagner, Ailton, Nixon e grande elenco. Entretanto, algo me chamava a atenção. A torcida não torcia! Era silenciosa, apenas com alguns torcedores, a charanga animando parte das arquibancadas. Não tínhamos aqueles “gritos de guerra” bradados pelas torcidas Brasil a fora. Nos momentos mais “perigosos”, ou nos lances de gols, havia uma comemoração mais intensa. Quando a torcida mais apoiou, quando sufocamos Vitória e Bahia aqui em Juazeiro, o time chegou a um vice-campeonato baiano. Após alguns anos, o time parece que deixou de existir.
Em 2008, o deputado Roberto Carlos montou uma nova agremiação futebolística na cidade: a Sociedade Desportiva Juazeirense. Com muito trabalho e dedicação, hoje é o nosso representante, e vai disputar a Série C do Campeonato Brasileiro, um feito inédito para uma equipe do interior. O time tem um histórico exitoso.
Mas a torcida…
Ano passado, na disputa da série D, a equipe precisou da Torcida, mas ela não comparecia ao Estádio. Dizem as más línguas que era por conta de o clube ser gerido por um político. A maioria dos clubes do Brasil são geridos por políticos (Não sei porquê dizem que política e futebol não se discutem?!). Mesmo sem estádio lotado, o time, com muita organização, ressalte-se, subiu de série e entrou num outro nível do futebol nacional.
Este ano, o público em partidas da Juazeirense, jogando no Adauto Moraes, tem variado. Mas já está bem melhor do que ano passado. “Se o time estiver bem, jogando um bom futebol, a torcida vai”, declara o radialista Charles Grey. Mas é o modo de torcer mais apático que já vi. O silêncio é tão grande que os xingamentos do alambrado ecoam no estádio. Parece mais que estamos no cinema, assistindo aos filmes da Marvel, quando nos momentos de ação toda a sala escura vibra com golpes e poderes mágicos dos super-heróis.
Parecemos uma torcida destes campeonatos europeus, escondidos em casacos e gorros, que só se movimentam diante uma jogada mais rebuscada, ou uma entrada desleal, bola na trave, gol, ou coisa parecida.
Diz a história que a nossa cidade sempre se destacou pelo requinte da elite, com homens de terno e gravata, e mulheres que usavam roupas da última moda, inspirada nas elegâncias parisienses e cariocas. No canto dos remeiros, Juazeiro é da “lordeza”.
Precisamos descer do salto e começar a vibrar mais. Empurrar o time para que sufoque os adversários. Lotar os mais de 10 mil lugares possíveis e torcer. Temos uma boa equipe, que vai precisar da torcida, pois enfrentará fortes clubes, principalmente na disputa da Série C. Deixemos a elegância, representada pelo personagem que dá nome ao nosso palco de futebol e passemos a nos inspirar mais naquele torcedor da buzina, o Zé Cudido, que a cada gol desce da arquibancada e dá cambalhota. A direção da Juazeirense também pode criar estratégias para envolver ainda mais a população/torcida com o município. É preciso fazer algo.
Vamos em frente, minha gente! Vamos ao estádio!Vamos juntos com o Cancão de Fogo.
Raphael Leal/Jornalista
(foto/divulgação)
Concordando em gênero, número e grau contigo. Sou de Petrolina e acompanhei vários jogos do Baiano ano passado e fui a todos com meu filho de 6 anos da fase final da Série D. No jogo de domingo vi a mesmo coisa, muita gente porque o time está bem, mas pouca vibração. O jogo é jogado e o lambari é pescado. Futebol é paixão também e deve-se torcer com fervor e vontade!