O cantor e compositor juazeirense Mauricio Dias Cordeiro, o Mauriçola, enviou artigo relatando os tempos ‘áureos’ de Juazeiro, cidade do norte da Bahia, vizinha a Petrolina.
Juazeiro era a cidade dos grandes vapores, da navegação e para ele, o governo federal e estadual tem uma dívida histórica com o município. Mauricio festeja as conquistas atuais, do ex-presidente Lula e pede: não vamos desistir de Juazeiro!. Acompanhem:
No início da década de 1950 ”, Juazeiro da lordeza”, reinava absoluta com o seu porto cheio de “vapores” e barcas que faziam um intenso comércio com Minas Gerais e a VFFLB (Viação Férrea Federal Leste Brasileiro) ligava Juazeiro da belíssima estação ferroviária ao terminal da “calçada” em Salvador.
O governo federal destruiu “a jóia rara do sertão” para construir a ponte Presidente Dutra ligando Petrolina ao Brasil mais desenvolvido, iniciando uma desconstrução dura e acelerada da cidade mágica,com seus “cabarés” e comércio “chic; o “Ideal palácio” tinha um estilo parisiense, “Caribe stell band” “românticos del Caribe” “ e outras “big-bands” tocavam por aqui porque o nosso “moulin rouge” era a “BE” Boa esperança do amor desterrado.
Um “elefantinho branco” foi construído em Piranga para ser uma nova estação (Foto / Divulgação), foi condenado e esta abandonado até hoje como símbolo máximo do descaso de sucessivos governos federais e estaduais até a chegada do Presidente Lula ao poder.
Ainda na década de 1960, o governo do estado tentou fechar a FAMESF faculdade de Agronomia do Médio São Francisco, um movimento popular com apoio do Bispo americano D. Thomáz Murphy impediu.
Edifício Shafira e Industria Têxtil, Grupo Coelho impedido em Juazeiro – Também na década de 1960, o grupo Coelho de Petrolina que tinha uma filial das suas empresas em Juazeiro,a exportadora Coelho no cais-porto da cidade, tentou construir em Juazeiro através da construtora Coelho o primeiro edifício de oito andares na região,o Ed.Shafira, na rua da Apolo, esquina com o antigo Bazar Royal.
O edifício foi lançado com maquete e coquetel e logo abortado pois a “Dona Prefa” não deu o alvará de construção alegando que, Juazeiro por causa de pedras no sub-solo e “lençol freático” não suportaria tamanha construção? Depois de 1976, o grupo tentou implantar uma indústria têxtil na antiga “aliança industrial de Juazeiro” financiada pela Sudene/Finor, o prefeito e o vice partiram para o “cacete” e não deixaram alegando que a referida industria estava fora do “DISF” (Distrito Industrial do São Francisco), no entanto, a Cica-Norte do grupo “Unilever”, instalou-se no bairro Santo Antonio, bem na beira do rio, nas antigas instalações da Ufano-união Fabril do Nordeste. Coelho era um bicho “forasteiro” e Juazeiro se orgulhava da única Ag. do Banco do Brasil na região e Petrolina não tinha nem uma agência do INSS, ou junta da Justiça do Trabalho.
Castelo Branco deu asfalto para Juazeiro e Pernambuco inteiro para Petrolina – Em 1967, o primeiro ditador do golpe de 1964 o marechal cearense Humberto de Alencar Castelo Branco veio inaugurar a rodovia Lomanto Júnior, Feira de Santana-Juazeiro, passou pela rua Cons.Saraiva onde eu morava,(eu era uma criança traquina, “Castelinho” que virou apelido de “Bacolé” passou pertinho de mim ao lado de Lomanto e Américo Tanuri) atravessou a ponte, foi festejar com Nilo Coelho, o primeiro governador “biônico” de Pernambuco nomeado por ele.
No Recife diziam: “para desenvolver Petrolina, Nilo tem um fiscal em cada esquina”. E tudo foi para “Petró” de Dona Josepha Coelho. Embraba, Batalhão do Exército, até a Codevasf que tinha instalações próprias em Juazeiro foi para um prédio alugado na praça Ma.Auxiadora em Petrolina.Os projetos de irrigação “Bebedouro” e “Nilo Coelho” consumiram o triplo do orçamento previsto, dez vezes mais que o “Mandacarú” “Tourão” e “Curaçá” em Juazeiro. A “Franave” sucateada na era FHC , foi fechada por Lula e ficamos sem porto, estação, aeroporto, e a nossa principal rodovia era um buraco cortando o sertão.
Duas coisas emblemáticas desse tempo de perdas,uma até me envolveu diretamente: Em 1977 Venci uma etapa de um Festival Nacional de Música em Petrolina sobre o Rio São Francisco e fui impedido de ir até Brasília por ser de Juazeiro. O advogado e diretor de teatro já falecido Orlando Pontes, foi único na minha defesa (ele trabalhava em um escritório com Dr. Expedito Nascimento) e meu amigo Bráulio da Rádio Juazeiro/Transamérica tocava esta música sem parar e ela dizia que o rio São Francisco era uma grande lágrima se derramando pelo sertão. A outra foi o tradicional restaurante “Maria do Peixe” qualificado pela revista “Quatro Rodas” que saiu do Castelo Branco e foi para a Orla de Petrolina.
Em 1994 acabei vencendo um concurso nacional para escolha do hino do centenário de Petrolina e Fernando Bezerra me entregou um “chequinho“ que aliviou bastante a minha família vitimada por perseguições políticas. Naquele tempo em Juazeiro e em 1996 finalmente pude disputar uma final do festival em Brasília, fiquei em segundo lugar.
O resto desta história é por demais conhecida; repleta de injustiças e desprezo, fez Juazeiro perder quase tudo e Petrolina crescer sem parar. Até mesmo com a chegada da “Agrovale”, construção da Hidroelétrica de Sobradinho e Projeto Caraíba Metais, Petrolina lucrou muito mais por que tinha se estruturado melhor.
Depois do Presidente Lula, muita coisa começou a mudar:
O canal da vergonha na Vila Jacaré foi coberto e urbanizado em grande parte; R$ 80 milhões de reais para o saneamento básico, ainda na gestão do prefeito Misael Aquilar ,ligado ao “carlismo” que estava no grupo do então ministro Geddel.
A primeira etapa do Projeto Salitre (iniciada e parada na era FHC) Lula concluiu. O hospital Regional de Juazeiro é a maior obra na área da saúde em nossa história, além do SAMU e PSFs
Um grande campus da Univasf com um centro “multieventos” de primeiro mundo (Se não fosse Lula, seria Universidade Federal de Petrolina).
E com a presidenta Dilma, Juazeiro tem o maior programa de habitação popular da sua história com mais de 9 mil moradias, amplas e modernas creches, quadras poliesportivas cobertas,Upa, escolas de tempo integral, escolas climatizadas, transporte escolar com ônibus novos e seguros, o Instituto Federal de Educação – IFBA; uma rodovia federal, BR-235 esta sendo construída; a intervenção urbana vai reparar um absurdo: Juazeiro ainda tem bairros próximos ao centro sem pavimentação.
Grandes empresas multinacionais chegaram: Atacadão-Carrefour; Arcelor Mittal; Mercantil; GBarbosa; Cenconsud; Assaí-Grupo Pão de Açúcar, Atacadão Vitória; Indústrias Novas no DISF e a construção de um grande Shopping começa.
E a melhor notícia é a construção de uma grande unidade, anexa ao HRJ para tratamento de pacientes portadores de Câncer no semiárido nordestino.
Dos tempo da ditadura e domínio das Arenas I e II e do “PFL”, o Colégio Modelo, Terminal Urbano de Ônibus, asfaltamento do centro da cidade e Centro deCcultura João Gilberto foram obras importantes enquanto o maior erro foi a triste destruição do histórico “cais” de Aprígio Duarte onde Juazeiro entrou duplamente pelos canos.
Tem uma foto dos novos aliados “tucanos” em Juazeiro, Santiago Maior esta de costas para eles, cuidado, Santiago pode encarnar o “barqueiro Caronte”.
Vamos lutar agora pela Universidade Estadual do São Francisco, Memorial do São Francisco (com uma grande Biblioteca) e o Parque da Cidade (o parque da cidade é uma obrigação desde 1989,art. 116 da nossa lei orgânica).
Não vamos desistir de Juazeiro!
Carlos Maurício Dias Cordeiro (Mauriçola), Compositor.
Belo brado este do Mauriçola. Defende sua Juazeiro com garra, coerente, sem medo e sem solicitar excluisivadade para o seu desenvolvimento. Petrolina não tem agido com a generosidade que Mauriçola hoje prega para Juazeiro . O desenvolvimento de uma co-irmã sem o correspondente da outra pode virar aleijão. Ou já virou?
Bom texto. Pena que como sempre Petrolina é avaliada como a vilã do crescimento demorado de Juazeiro. Mas, vamos pra frente. Como diz Aécio, vamos discutir o futuro. Juazeiro está muito bem encaminhada e não precisa cutucar em coisas passadas que na maioria dos casos é lenda.
Petrolinense, não é mesmo com Aécio que se vai discutir o futuro, pode ser que se discuta como atrasar mais ainda. Pois essa é a especialidade desse partido: atrasar o país.
Belissimo texto nobre Mauriçola… esperamos ansiosos que o Prefeito Isac Carvalho comece de vez sua gestão organiizando os bairros, saneando, calçando ruas e iniciando a travessia urbana. Assim Juazeiro iniciará no rumo desejado (ou desperdiçado lá atrás).
A UNIVASF foi criada legalmente no governo FHC com previsão de campus em Petrolina e Juazeiro, assim Lula não tem nenhuma influência sobre a regionalização da universidade. Na verdade, se dependesse de Lula, o campus de Petrolina seria uma extensão da UFPE e, Juazeiro talvez uma extensão da UFBA. No mais, tenta-se criar uma rivalidade entre as duas cidades que não mais se sustenta, pois a maioria esmagadora dos municípes das duas cidades são de fora, não viveram a infância por essas bandas, assim para essa gente tanto faz morar em Petrolina ou Juazeiro. Por fim, Lula é o único padrastro da extinção da FRANAVE. Da falta de investimento no Salitre, a exemplo do Pontal. O presidente que passou 8 anos no poder e não foi capaz de finalizar a duplicação da ponte presidente Dutra, começada em 2002 e concluída em 2012, já no governo de Dilma, que vergonhosamente fez aquelas descida e subida da ponte, no lado juazeirense.
Sr. voto vendido, não deturpe a história. A UNIVASF só existe graças a Clementino Coelho que conseguiu tirar da gaveta o projeto da Universidade e armou uma força tarefa com a Bahia e Piaui para viabilizar. E a UNIVASF efetivamente foi construída por Lula sim. Mesmo que você não aceite a verdadeira história, mas é a única. Como o sr. vendeu o seu voto, com certeza não sabe de nada.
Desculpe, mas não discuto com “analfa” funcional. Para o bom interprete, nenhum momento falei sobre a história de formatação da UNIVASF, apenas disse que a lei que a criou foi aprovada no governo de FHC. Tb não toquei na questão da construção. Mencionei apenas que a referida lei já mencionava os campus em Petrolina e Juazeiro. Depois foi estendido para São Raimundo Nonato.
Na verdade, o “pai” da Univasf foi o Deputado Federal Osvaldo Coelho que desde 1986 lutou sozinho e ferrenhamente pela instalação de uma Universidade na região.
Mauriçola vem morar em Petrolina.
Cotadinha dessa cidadezinha sofredora de Feeling morreu de desgosto de tanto querer defender o indefensável, hj ele se contorce em sua catacumba de tanta inveja eterna da capital do vale, Petrolina.
Mauriçola… Belo glossário de informações àqueles que não viveram tais momentos e fatos. Parabéns.
Grande Mauriçola,
Peça a dilma para construir em juazeiro:
um aeroporto
uma avenida duplicada
um balneário
um bododromo
um ponte duplicada
um Alphaville
um quartel do exercito
uma ilha do fogo ( pois a que existe é de Pernambuco)
ALIAS TODAS AS ILHAS QUE DIVIDEM PERNAMBUCO E bahia PERTENCEM A
PERNAMBUCO.
um senador
3 deputados federais
3 deputados estaduais
12 anos de PT–JUAZEIRO CRESCEU MUITO, MAIS É MENOR QUE A AREIA BRANCA.
UM ABRAÇO CHORÃOOOOOO
Não entendo pq algumas pessoa insistem em levar tudo para o lado da provocação e rivalidade, o texto é um belo texto informativo, que mostra a incompetência dos políticos e empresários juazeirenses e enaltece a visão dos políticos e empresários petrolinenses, concluindo que esse é o motivo de Petrolina estar tão a frente de Juazeiro, que vem se levantando nos último anos graças ao Governo federal. Vejo esse texto muitas mais como uma crítica a sociedade de Juazeiro e um elogio a de Petrolina, mas tem muita gente que faltou as aulas de interpretação de texto!!!