Artigo do leitor: “Papai Noel ou o japonês da Polícia Federal?”

por Carlos Britto // 23 de dezembro de 2015 às 20:32

Luiz Eduardo Coelho

Em artigo enviado a este Blog, o empresário Luiz Eduardo Coelho fala sobre a situação na qual o País atravessa, com políticos e pessoas corruptas que se servem do Estado para se promover. No texto, Luiz Eduardo também fala da responsabilidade de cada cidadão e faz uma reflexão sobre o que os brasileiros querem para o futuro.

Acompanhe:

Eis um dilema para os que estão no centro das investigações da Operação “Lava Jato”. Tudo indica que em 2016 continuaremos a ouvir o som das sirenes de viaturas policiais. E não necessariamente com o mesmo espírito que acolhemos os sinos de trenós de Papai Noel. O que representa intranquilidade para uma casta de políticos, funcionários públicos e empresários que se servem do Estado.

Coloquemos as coisas em perspectiva. Em 2013, surgiu um forte movimento de protesto, tentando despertar mudanças e reverter a decadência. O movimento ainda está vivo, e agora sabemos que não se trata apenas de cobrar melhores serviços públicos, mas de condenar a corrupção, pedir mudanças e reivindicar mais ética.

Lá se foi mais um ano de governo (?) e o único resultado político concreto é o processo de impeachment. No ano que vem, nos espera a crise econômica, pois o PIB já recuou em mais de 3% – uma calamidade. 

Não obstante a crise econômica que se anuncia, o que a sociedade não pode mais suportar é o domínio da casta que devora o Brasil há tantos anos, como uma saúva gigantesca. Mais parece a velha nomenklatura dos tempos soviéticos.

Parece que o país vai se tornando propriedade de uma gente, que hoje se disfarça de socialista como ontem de fascista, mas a realidade é outra. Parecem apenas incapazes, demagogos que falam de reformas que não fazem porque não querem. E mesmo se quisessem, não saberiam como fazer corretamente.

Eis uma verdade simples: sem o suporte das reformas estruturais constitucionais, o Brasil não vai sair de onde está.

É preciso, portanto, assumir responsabilidades, preparar reformas, submetê-las ao Congresso, ir para as ruas e convocar o povo para que se faça uma vigília em favor das aprovações. Há de se enfrentar alguns problemas: aposentadoria e previdência social no topo da lista. Tem-se que ter uma idade mínima. Não se pode continuar com as vinculações, tal como se fazem hoje.

É preciso também enfrentar o problema da flexibilização do  mercado de trabalho.  Tem-se que se permitir que o trabalhador, junto com o empresário e sob a vigilância do sindicato, possa livremente chegar a um acordo que seja bom para todos. Se querem receber o 13º durante o ano, por que não? Se querem fazer um banco de horas, por que não? A nossa legislação trabalhista passa a ideia  de que o empresário é um meliante e o trabalhador, um imbecil. Ninguém sabe qual é o seu passivo trabalhista. A maior incerteza que existe numa empresa brasileira hoje e’ o tamanho de seu passivo trabalhista. Eis ai um pesadelo evitável. 

Temos que  enfrentar o problema da mudança dos  impostos, eliminando transferências governamentais para empresas globais que não precisam e que acabam por fomentar “guerras fiscais” fratricidas  – entre os entes federativos, culminando com perda de receita e da capacidade do investimento público.

Temas dessa natureza devem ser levados ao Congresso sem tardança.  E apresentados, votados e aprovados para que o Brasil possa avançar.

Neste Natal, ofereço a vocês uma reflexão sobre o país que desejamos. Assim, o presente que espero receber do bom velhinho é só um pouco mais de consciência cívica.

Feliz Natal.

Luiz Eduardo Coelho/Empresário

Artigo do leitor: “Papai Noel ou o japonês da Polícia Federal?”

  1. Costa disse:

    O título da matéria não tem nada a ver com o que foi descrito no material do leitor(Eduardo), sem contar que, o japonês da PF já foi preso pela proria PF, por envolvimento em corrupção, portanto, para cidadão de bem a escolha está fácil.

    Fora o envolvimento partidário do leitor, as demais colocações estao corretas, o caminho é por aí.

  2. galdino neto disse:

    Pague bem seus funcionários, empresário, que vc contribuirá melhor… Que tal se candidatar a algum cargo público e mostrar que pode contribuir para mudar o país sem ceder a negociatas? Todo mundo é bom técnico de futebol nas arquibancadas e na frente da TV… Quero ver é participando do jogo.

  3. Marcos Macedo disse:

    O que temos de concreto além do facismo de nossos políticos que falam uma coisa e praticam outra é que de fato o japones bonzinho da PF pode até chegar a Petrolina-PE pelas águas poluidas do velho chico,Petrolina é Brasil e não foge à regra temos que ter a realidade em mente, sem apelos que visam unicamente vendar a visão popular, a verdade deve ser vista por todos, todos nós sabemos o que deve ser feito, reformas, menos tributos, menos roubalheira na coisa pública e menos demagogos na política. O povo não deve ser domesticado como querem os decanos, politizar a mente é a saida pra se chegar ao expurgo dos ratos que aí estão.

  4. GUILHERME VITOR disse:

    UM BOM TEXTO. CLARO E REFLEXIVO. TOCA NO ÂMAGO DO LEITOR E NÓS LEVA A PENSAR…SE SEMPRE FOI ASSIM…CLARO QUE AGORA TUDO FOI MAIS ABUSIVO E COM OUTRAS CONOTAÇÕES MAIS GRAVES.
    REGISTRO QUE O CÉVERO FOI PASSAR O NATAL EM CASA…DENTRE OUTROS.
    NOSSAS LEI SÃO TRONXAS..INJUSTAS E QUE ALIMENTA E EMPOLGA AQUELES QUE NÃO TEM RESPEITO POR ESTA IMENSA MASSA DE PESSOAS DE CERTA FORMA HONESTA.
    CASOS ASSIM ME PROVOCA A SOLTAR O GRITO DE GUERRA……BRAZIIIIIIIIIIIIILLLLLLL ZIL……ZIL..ZILLLLLL.

  5. Guimarães disse:

    Sempre lúcido, Luiz Eduardo, que 2016 o papai noel japonês nos presenteie com escoltas de palacianos petistas…

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