Neste artigo enviado ao Blog, o compositor Carlos Maurício Dias Cordeiro, o ‘Mauriçola’, faz um apelo em prol do que resta do Country Club de Juazeiro. Um “último apelo”, como ele mesmo afirma.
Confiram:
Passei mais de três anos na imprensa televisada, falada e escrita explicando a gravíssima situação do Country Club de Juazeiro, afundado em dívidas trabalhistas e fiscais no valor de mais de três milhões de reais, desde 1990.
Convocamos mais de 17 assembleias extraordinárias através do rádio, TV, jornais, carros de som, panfletos, blogs. A maior de todas reuniu apenas 27 sócios, dos quais apenas 14 eram adimplentes.
Nenhum político, instituições ou entidades, sociedade civil organizada, manifestou sequer alguma reação ou solidariedade. Apenas alguns sócios ficaram até o fim.
Há dois anos o Ministério Público Federal em Petrolina e o Ibama embargaram a ilha do Country Club, decretando definitivamente o seu fim. O Clube já estava falido.
Apenas comentaristas de “blogs”, em sua maioria “fakes”, se manifestaram para me ofender, me caluniar covardemente. Tenho consciência da minha luta e não temo nenhum desafio, sempre estive pronto para enfrentar muitas “hienas”, a indiferença, desprezo e omissão da dita cuja desorganizada e decadente sociedade juazeirense, que a gente não sabe mais por onde anda. Eu estou no meio dela, mas não vejo mais o seu rosto.
A ilha do Country Club com suas piscinas, campo de futebol, parque aquático, restaurante, suas belas mangueiras, onde crianças, adolescentes, jovens, idosos se encontravam, hoje é o paraíso dos usuários de “crack”. Tocaram fogo em quase tudo, estão roubando tudo.
O Country Club não existe mais, a justiça federal vendeu grande parte do seu patrimônio por apenas 2 milhões de reais. Desde o início deste ano fui retirado de lá e o meu mandato de último presidente acabou agora em julho. Não existe mais conselho deliberativo, nem fiscal, nem sócios. Fiquei há tempos absolutamente sozinho.
A ilha é patrimônio da União. Não foi leiloada, mas foi destruída. Ainda restam alguns equipamentos lá, estou tentando doar e ninguém quer. Que absurdo meu Deus! Como Juazeiro se transformou numa cidade grande, fria e feia.
Ainda restam 2.500 metros quadrados de terreno lá, desmembramos para tentar salvar alguma coisa e os oficiais de justiça andam me caçando para decretar um novo leilão.
Faço um último apelo: Juazeiro não tem parque municipal, não tem áreas de lazer, ainda resta alguma coisa naquela ilha…Ainda é tempo de salvar alguma coisa?
Por último, perdemos um grande amigo e parceiro na luta para preservar o patrimônio do São Francisco Country Club. O nosso eterno secretário Paulo Santana, o nosso querido e saudoso “Paulo Mandinga”.
Obrigado Juazeiro!
*Aviso aos caluniadores, covardes e fofoqueiros: Quem arrematou o Country foi um advogado de Salvador, pelo menos foi a ele que entreguei o clube por ordem da justiça federal.
Carlos Maurício Dias Cordeiro (Mauriçola)/Compositor
O MP tem que tomar de vez a Ilha e devolver aos legítimos donos: o povo.
Tem que retirar toda a infra-estrutura desse local, inclusive destruindo esse ponte improvisada, para a União tomar posse efetivamente daquilo que sempre foi sua. Não sei porque o poder público foi tão leniente a ponto de deixar uma empresa particular se apoderar da margem do rio e de uma ilha federal. Parabéns para o IBAMA e o Ministério Público Federal. Cumpriu-se a lei.
Tanta questão pro uma Ilha do Fogo que ninguém usa,e um espaço como o Country Club,que poderia ser revertido à própria população sendo depredado …os condomínios de luxo na Beira do Rio onde moram juízes e promotores(Country Club,Colina do Rio,Iate Clube), ninguém interdita.Pode fazer ilha de lazer lá,e 200 metros depois não pode?Parece até que ninguém está vendo…denunciem na Globo,ou na Record,pra sair uma reportagem no Fantástico.Se não pode pra um,não pode pra ninguém!
A ilha do fogo que era pública, aberta a população e utilizada como lazer, foi tomada pelo poder público federal e fechada a população. Foi utilizado uma força militar para tomar do povo um bem que tinha uso público. Aqui em Petrolina, temos o Iate Club e que faz uso também da beira do rio para uso particular. O que acontece é que o Ministério Público Federal atacou as estruturas de Lazer de Juazeiro, destruindo o Country-Club, que como se sabe por conta da interdição da ilha perdeu sua fonte de renda e o levou a falência, e também tomou a ilha do fogo. Ou seja, são duas ilhas que o Ministério Público Federal interditou em Juazeiro e destruiu a liberdade do povo de Juazeiro de ter sua área de Lazer. Agora expliquem se tem coerência interditar duas ilhas, uma que era pública e outra que era privada? Qual é a verdadeira intenção do MPF?
Gente, cadê o povo juazeirense enquanto cidadão crítico? estão desvalorizando uma área de lazer que é do povo? E o cidadão cala-se. Odeio admitir o povo está perdendo a moral diante das autoridades.