Artigo do leitor: “Vocês que gostam muito de ler…celular”

por Carlos Britto // 17 de junho de 2019 às 18:30

Professor Eurico Régis Serafim. (Foto: Arquivo Pessoal)

Neste artigo, o professor e colaborador do Blog, Eurico Menezes Serafim, reconhece que o avanço das mais variadas formas de tecnologia favorece a comunicação entre as pessoas, em todo o mundo. Mas, segundo ele, é preciso levar em conta a prudência, sobretudo quanto aos aparelhos smartphones.

Confiram:

O avanço das tecnologias nos mais diversos segmentos, nos últimos anos, tem sido notável. Várias são as possibilidades que se materializam e é preciso entender, se adaptar e ter discernimento para usufruir dos seus vários benefícios, afinal esse desenvolvimento é intrinsecamente para maior dinâmica, comodidade e agilidade das relações humanas. Há a perspectiva de, num futuro próximo, entre 10 e 20 anos, com a tecnologia 5D, aliada à inteligência artificial, um chip ser implantado no cérebro das pessoas e, através de interligações, a pessoas se tornarem um computador. Alguma dúvida quanto a isso?

Mas é preciso saber utilizar as ferramentas disponíveis e observar os seus mais variados aspectos.

Se tomarmos como exemplo o desenvolvimento dos celulares, IPads, Smarts, etc, com suas mais variadas plataformas e aplicativos – streaming, Facebook, Instagram, bancos online, Spotify, etc – podemos imaginar que o mundo está nas mãos de quem os possui. Mas o que é  acessado e implementado é informação, conversa trivial, mensagem rotineira, entretenimento ou conhecimento/educação? Não seria este o momento adequado, oportuno, para “Discutir a Relação” com o seu objeto tecnológico avançado? Obviamente que os benefícios são vários, principalmente no que se refere à agilização de vários processos que facilitam o nosso cotidiano, mas a observação nos faz crer que o celular virou uma espécie de “alter ego” da grande maioria das pessoas. Casos bizarros ocorrem, demonstrando a servidão dos seus proprietários, falta de educação, e em muitas situações os colocam em risco e a terceiros podendo, inclusive, causar tragédias definitivas.

Senão vejamos: usá-lo durante ritos religiosos, ao atravessar as ruas, durante uma sessão de cinema, ao se deslocar no shopping, durante aulas, dentro das próprias residências (às vezes o diálogo é “via zap”) e ao dirigir qualquer veículo (já houve flagrante de motociclista colocar o celular sobre o tanque de combustível da moto em movimento e ficar alternando a atenção e, por conseguinte, colocando em perigo vidas, principalmente a dele). Situação bastante comum é as pessoas saírem para restaurantes ou barzinhos com a família ou os amigos, mas a atenção é voltada quase que exclusivamente para o celular. É como se estivessem sós. E aí vem a grande questão. Qual a prioridade? O real ou o virtual? Tudo está ficando impessoal, distante demais. Nizan Guanaes disse certa vez que “vamos aos mesmos lugares, com as mesmas pessoas, para conversarmos sobre os mesmos assuntos”. Essa máxima se aprofundou, pois o celular nos afasta das pessoas. É como se fosse um mundo particular.

Por isso, ao invés de muitas horas para o celular, tenha umas horas para fazer uma oração, dar atenção aos filhos, fazer uma tarefa com eles, visitar alguém que está passando por um momento de dificuldade ou com algum problema de saúde. É de se pensar nisso. “Discutir a relação” com o seu celular, de maneira muito séria. Pode ser que ainda dê tempo.

“Não deixe o celular tomar o lugar de quem precisa do seu amor…Ele está deixando as pessoas doentes…Tanto quem usa, como quem é deixado de lado”.

“Discuta a relação”.

Eurico Menezes R. Serafim/Professor

Artigo do leitor: “Vocês que gostam muito de ler…celular”

  1. Geórgia Espínola disse:

    Excelente reflexão! Parabéns pela mensagem!

  2. joão Vitor disse:

    Belo texto. Vamos desatar esse nó enquanto ele nao vira uma corrente.

  3. Clemilson Batista Negreiros disse:

    Parabéns pelo texto! Sempre penso isso também e, na medida do possível, desacelero. E consigo.

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