Neste artigo, o leitor Antônio Damião enaltece as qualidades de um grande cidadão que o Brasil perdeu esta semana: o empresário Antonio Ermírio de Moraes.
Confiram:
O Brasil perde lamentavelmente um dos maiores nomes do empresariado brasileiro: Antônio Ermírio de Moraes. Falar da grandeza e talento desse homem me falta palavras, porque ele contribuiu grandiosamente para o crescimento do país. Em 1945 Moraes embarcou para os Estados Unidos e foi estudar no colorado na School of Mines, graduando-se em engenheiro metalúrgico.
O jovem visionário iniciou sua carreira profissional em 1949, sendo que trabalhou como estagiário sem remuneração no próprio grupo da família. Em 1955 instalou a Companhia Brasileira de Alumínio. Sua engenhosa capacidade de liderar lhe credenciou a comandar o grupo Votorantim (empresa criada por seu pai, o também engenheiro José Ermírio de Moraes) por quase três décadas. E dentro do cenário nacional como empresário, seu nome tem notório prestígio, praticamente um mito. Entretanto, seu ramo de atividade não foi somente no empreendedorismo.
Em 1986 aventurou-se na política, candidatando-se a governador do Estado de São Paulo, porém não obteve êxito. Além disso, escreveu cinco livros e os publicou. Também escreveu por 17 anos uma coluna dominical da Folha de São Paulo. Todavia, seu entusiasmo pessoal e hobby era o teatro, chegando a escrever e produzir três peças teatrais, focando os problemas brasileiros, sendo representadas em várias cidades do país.
Essas atividades como escritor lhe renderam a honraria da cadeira 23 da Academia Paulista de Letras. O grande empresário também dedicou parte da sua vida em atividades filantrópicas, em instituições como a Cruz Vermelha, à Fundação Antônio Prudente, a Sociedade Beneficência Portuguesa de São Paulo, agregando ricos e pobres, um homem com a cabeça de gênio e um coração solidário, uma pessoa extraordinária.
Sua família também se destacou nessa área por ser uma das maiores doadoras da Associação de Assistência à criança deficiente. Ele dedicava uma hora e meia do seu tempo, todo dia, a essas organizações não governamentais. Era um ser humano muito simples, sem luxo e sem vaidade. Embora fosse riquíssimo, não demonstrava ostentação, levava uma vida comum. Às vezes saia de casa com sapatos de pares diferentes e nem se importava.
Pode acreditar, vestia ternos surrados, de mais de 20 anos de uso e não se envergonhava. Quando doente, tinha receio de voltar mais cedo para sua casa e dar mau exemplo para os empregados. Indubitavelmente, ele construiu um dos maiores impérios econômico do país, sendo liderança empresarial ímpar por mais de 50 anos de história brasileira na América Latina.
Em 2013, o economista e sociólogo José Pastore, amigo por mais de 35 anos, escreveu um livro contendo a biografia desse arguto empresário, intitulado: “Antônio Ermírio de Moraes, Memórias de um Diário Confidencial”.
O Brasil perdeu uma grande liderança no ramo da siderurgia, do aço e do cimento. Deixa um legado para os futuros empreendedores e um currículo que serve de inspiração para aqueles que querem crescer em seus negócios e acreditam no próprio potencial.
Moraes também se destacou por seus valores como cidadão ético, respeitoso e trabalhador. Defendia a contribuição da iniciativa privada na construção de um Brasil mais justo e melhor, com saúde, segurança e educação de qualidade para todos. O Livro citado acima é mais de que um incentivo para qualquer pessoa que sonha alcançar o sucesso empresarial dos seus sonhos. Nesse mundo existem pessoas que deixam suas marcas e não cai no esquecimento.
Como industrial recebeu vários prêmios, medalhas e condecorações, sendo destaque da Revista Forbes em 2013. Com certeza a vida desse homem promissor e visionário será recontada nos livros didáticos de todas as nossas escolas, inclusive no exterior.
Antonio Damião oliveira da Silva/Guarda Municipal de Petrolina e Graduado em Matemática