Neste artigo enviado ao Blog, o professor do Colégio da Polícia Militar em Juazeiro, Rogério Alves, faz uma reflexão interessante sobre a data natalina.

Boa leitura:

Mais um dezembro… Depois de mais um ano de luta, de compromissos inadiáveis, de trabalho, de planos concretizados, de planos frustrados, de alegrias, de tristezas, de conquistas, de perdas.

Mais um dezembro… Depois de onze meses de esperança pela chuva que não veio, pelo amor que não chegou, pela ascensão no emprego que não aconteceu.

Mais um dezembro… Depois de 334 dias de persistência, de decepções e de conquistas também.

Mais um dezembro… Depois de 47 semanas sem pensar no próximo, sem um gesto de solidariedade, sem um olhar sobre o outro.

Mais um dezembro… E com ele as promoções de Natal que povoam as lojas e esquentam as vendas.

Mais um dezembro… Hora de arrecadar alimentos para os mais necessitados, momento das campanhas de brinquedos para as crianças sem Papai Noel.

Mais um dezembro… As luzes dos pinheiros de Natal se acendem, os bonecos de neve enfeitam as casas e já se pode ouvir a gargalhada do Papai Noel.

E quando chegar janeiro? Viveremos novamente as mesmas mazelas que acontecem durante todo o ano e são camufladas no mês do Papai Noel?

E que pai é esse que só aparece no último mês do ano e mesmo assim só surge para alguns?

Começo a perceber que dezembro é o mês da ilusão. Tudo que se viveu durante o ano é esquecido em meio a enfeites de natal, promoções natalinas e promessas de dias melhores.

E onde fica o verdadeiro espírito de Natal? Será que todos sabem o significado do Natal para os verdadeiros cristãos? Onde está Cristo na vida daqueles que aprenderam a fazer do Natal apenas uma data comercial?

Mais um Dezembro… E eu só espero que este seja diferente dos outros. Que a solidariedade que se aflora nessa época perdure pelos 365 dias do ano vindouro e seja renovada no próximo dezembro.

Mais um dezembro… Já não temos a mesma idade, o mesmo pensamento do início do ano, tampouco a visão positiva que incucam na nossa mente a cada final de ano. Muitas vezes o ano mais uma vez se vai, e tudo aquilo que foi projetado para ele não aconteceu.

Mais um dezembro… Ouço ao longe as músicas natalinas e uma delas me chama a atenção: “eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel…” Será que pelo menos uma música natalina já denunciava o hiato que existe entre as crianças pobres e as mais abastadas?

Mais um dezembro… Resolvi sentar e escrever este pequeno texto para que possamos refletir e descobrir se, realmente, o verdadeiro Natal chegou ou se fizeram o natal capitalista chegar…

Daqui a alguns dias é janeiro novamente. A fantasia acaba e só retorna em fevereiro, no Carnaval. Ah, o Carnaval que também camufla os problemas sociais que o Brasil enfrenta. Mas isso é tema para um outro texto…

Um Feliz Natal para você, no real sentido da palavra.

Rogério Alves Rosa/Professor CPM-Juazeiro