Neste artigo enviado ao Blog, o produtor rural Josival Amorim condena veementemente as últimas ações do Movimento do Sem Terra no Sertão pernambucano, pela ocupação às Fazendas Milano e Bianchetti, em Santa Maria da Boa Vista. Ele ressalta, entre outras coisas, que tanto os direitos das pessoas que militam no campo quanto à atuação especulativa dos latifundiários precisam ser resolvidos, mas tudo dentro da lei.

Confiram:

Exercício de Cidadania

Precisamos insistir em não acreditar na impunidade, pelo menos divulgando os significativos atos ilícitos. O governo do PT resolveu prestigiar a baderna e a usurpação do direito de propriedade, financiando a desarmonia no campo. Ao invés de implantar projetos de assentamento produtivos, utilizando esta mão de obra, que se diz disposta a trabalhar, prefere permitir e ajudar nos bastidores a invasões deste tipo.

O projeto Nilo Coelho, onde se deveria ter 11.000 hectares de reserva legal, dispõe de apenas 3.070 hectares, justamente pela permissividade eleitoreira por parte de quem está no governo, hora em favor dos chamados Sem Terra, hora dos próprios usuários do projeto que ampliam suas áreas sem cadastramento para irrigação. Já estamos impedidos de acesso a financiamento se for aplicada a lei dos 20% para preservação.

Além do mais, os produtores, que irrigam somente sua área cadastrada para irrigação, estão pagando, no mínimo, 10,8% a mais no K2 fixo e no K1 em função dos fora da lei. Agora mesmo o DINC resolveu reagir ao ouvido de mercador das autoridades e, numa operação de inteligência, desativou, em duas horas de trabalho, 58 pontos de roubo de água pelos Sem Terra, com apreensão de bombas e mangueiras. Claro que não se trata de solução definitiva. Mas alguma coisa a mais precisava ser feita.

Foi uma ação bem pensada diante da omissão e lentidão estratégica das autoridades, no “deixa como está pra ver como é que fica”. A ressonância pelos pedidos, comunicações e queixas-crimes muito pouco tem adiantado. Pedimos aos principais órgãos formadores de opinião pública que fizessem matérias jornalísticas sobre este assunto e apenas o Blog do Carlos Britto o fez integralmente. O Jornal do Commercio colocou uma nota tímida sobre o assunto, mas colocou. A estes os meus agradecimentos. Lamentavelmente, grande parte destes órgãos somente funcionam bem quando movidos por interesses pessoais.

Veja pesquisa de opinião pública sobre credibilidade da imprensa nacional, feita pela fundação Getúlio Vargas e publicada pelo BR247. Não importa se como neste caso, desmatamento de reserva legal, o que mais pese seja o crime ambiental, inafiançável. Todas as denúncias e queixas crimes foram feitas pelo DINC e pela Codevasf. Sabe-se que recomendações emanadas de Brasília funcionaram como aquela mãozona sobre o processo.

Todavia, o DINC seguirá na luta para que os direitos constitucionais dos seus produtores sejam preservados, enquanto a bagunça não sobe ao pódio.

Por que não incrementar assentamentos dentro da legalidade? Preferem destinar recursos financeiros para os chamados “movimentos sociais – MST” funcionarem como verdadeiras milícias oficiais.

O direito das pessoas que precisam trabalhar no campo tem que ser atendido com investimentos em projetos de assentamentos legais e produtivos, com ordem e respeito. Por outro lado, a detenção especulativa de terras por latifundiários também tem que ser resolvida, mas pela força da lei e não pela força da arbitrariedade e da prepotência. Diferente disto é disseminar, ao lado do que já ocorre nas áreas urbanas, a desarmonia no País. O mais triste é que no fundo, no fundo, tudo é feito com visões eleitoreiras por parte dos políticos de situação e de oposição. Alia-se a tudo a avidez, inescrupulosa por dinheiro, também em seguimentos do jornalismo e dos marqueteiros políticos. Tudo nasce, pela visão de muitos, em que o cargo eletivo é uma credencial para bons negócios sobre o balcão do poder.

Josival coelho de Amorim/Presidente do conselho de Administração do DINC (mas respondo por esta nota como simples usuário do PISNC)