O escultor e jornalista Jota Mildes não poderia deixar passar em branco mais um aniversário de Petrolina. E nos envia o artigo abaixo, recheado de muita nostalgia.
Confiram:
Lembro hoje da Petrolina ainda pequena; da Petrolina desabrochando, assim – como diria o poeta: “entreaberto botão, entre fechada rosa; um pouco de menina, um pouco de mulher!”
Petrolina de uma gente tranquila, sem medo de dormir na calçada numa noite de muito calor.
Petrolina das saudosas festas da Sociedade 21 de Setembro.
Petrolina dos carnavais com as memoráveis disputas das escolas de samba.
Petrolina dos Serviços de Alto-Falantes de Sissí e Menininho.
Petrolina dos Jornais O PHAROL (de Seu Joãozinho) e O SERTÃO (de Seu Cid Carvalho).
Petrolina do Ponto Chic, das Sorveterias Calipso, Nossa Senhora Auxiliadora e IGLU.
Petrolina do Bar de Simplício, dos Armazéns Maniçoba, São João e João Barracão.
Petrolina da Casa Jonas Amaro, da Casa Queiroz, da concessionária Freire, da oficina Mangabeira.
Petrolina das Farmácias Rocha e Santa Therezinha.
Petrolina do Armarinho de Dona Detinha, da Loja A Principal, da Livraria Kuka (do educado e fino Joaquim, mestre na arte de cativar clientes).
Petrolina do pátio da Caixa D’água, onde eram armados os circos.
Petrolina do padre Bernardino e das missões de Frei Damião.
Petrolina dos encontros da moçada ao entardecer, dos namoros e da descontração da moçada na Praça Dom Malan.
Petrolina das serestas e seresteiros, e das apresentações da Banda de Música.
Petrolina dos seus “doidos” queridos (André do Cavaquinho, Bigode de Arame, e outros).
Petrolina da feira livre de Atrás da Banca.
Petrolina das superfrequentadas Novenas de maio na Igreja Matriz.
Petrolina das Quermesses promovidas pelo padre Bartolomeu na paróquia de São José.
Petrolina das festas promovidas pelo comunitário Geraldo, no bairro Areia Branca.
Petrolina do portão da ponte que se elevava para que passassem os vapores, e que também permitia passagem ao trem-de-ferro.
Petrolina da inauguração da rodovia redentora em direção ao Recife, asfaltada no governo Nilo Coelho.
Petrolina da primeira emissora de radiodifusão, a “Rural” de Dom Antonio (da qual com muita honra fui o organizador da programação e responsável pela escolha do primeiro quadro de locutores).
Petrolina das exposições de artes, onde os artistas locais e suas obras eram reconhecidos e respeitados como verdadeiros “patrimônios da terra”.
Petrolina do Ballet Valdete Cezar e do Teatro Imaginativo Guterima.
Petrolina de hoje – grande, surpreendente, desafiadora. A Petrolina que cresce e aparece e se desenvolve a cada dia. A Petrolina pujante, que aprendeu a andar com as suas próprias pernas, independente de cor partidária ou qualquer outra coisa institucionalizada. A Petrolina, acreditem, a cujo futuro de glórias está predestinada graças à vontade do seu povo – independentemente de quais sejam, a qualquer época, os seus dirigentes! É esta a Petrolina, de ontem, de hoje e de sempre, a quem me rendo honrosamente neste dia!
Jota Mildes/Escultor e Jornalista
Muito bom, mas pq não acrescentar o restaurante alvorada e o São João das antigas onde havia concurso de quadrilhas e hoje pouco resta.
:)
É VERDADE. SE O ESPAÇO DA CRONIQUETA FOSSE MAIOR POR CERTO EU TERIA ACRESCIDO A LISTA COM OS NOMES DE MAIS PESSOAS QUE AJUDARAM A CONSTRUIR O PROCESSO CULTURAL E ECONÔMICO DE PETROLINA. NADA MELHOR DO QUE RELEMBRAR A HISTÓRIA DE UM POVO E SEUS FEITOS. ME VEM AGORA À MEMÓRIA DE MAIS PETROLINENSES QUE PARTICIPARAM DESSE PASSADO, COMO: Professoras Valdete e Vildete Cezar (bailarinas), Cid Carvalho e José Raulino (ambos jornalistas e poetas), Prof. José Joaquim (educador), Celestino Gomes (pintor), Dr. Carlos Nascimento (arquiteto), Dr. Cosme Cavalcante (arquiteto), Ana das Carrancas (ceramista), as irmãs Pombos (Professoras), Dom Malan (o visionário), Padre Zequinha, Monsenhor Ângelo, Dom Idílio, Dom Antonio (Emissora Rural), Prof. Ieda Nogueira (Dom Bosco), José Padilha (escritor), Marta Luz (professora e radialista), Miguel Pedroza (radialista), etc.
SÃO MUITOS, SÃO TANTOS QUE A GENTE NÃO TEM COMO LISTÁ-LOS DE UMA SÓ VEZ. QUANTO ÀS FESTAS ESTÃO O BELO SÃO JOÃO DESCOMPROMETIDO, O NATAL COM SEUS REIZADOS E BARRAQUINHAS, ETC. DESCULPE.
Muito bom. porem Joaquim da Cuca fino e educado?????? nao é da petrolina que conheci,,,,,,,,;;;;;;
Petrolina, do 1° dentista, Emídio Santana.
Discordo totalmente com a qualificação de educado e fino dito de Joaquim da Kuka. O que me lembro nesses tempos idos era que ele monopolizava o comércio de livros e material escolar principalmente adotados pelo Colégio Dom Bosco, (com a ajuda muito providencial da prima),onde deitava e rolava ditando normas para vender, dificultando a compra para aquele de menor poder aquisitivo.
“A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda,
e como recorda para contá-la”. Bonito escrito Jota Mildes. Qual Gabriel Garcia Marques, você lembra Petrolina e faz das suas recordações, tecido vivo para o presente e sonhos para as futuras gerações.
AMIGO E COLEGA JORNALISTA CARLOS LAERTE, QUE BOM SE OS POLÍTICOS SE ESFORÇASSEM MAIS NO SENTIDO DE MANTER VIVA A MEMÓRIA DO POVO. VIVER O PRESENTE DE UMA COMUNIDADE SEM SE DAR CONTA DO QUE FOI FEITO NO PASSADO É O MESMO QUE RENEGAR O VALOR DE QUEM CARREGOU PEDRAS PARA CONSTRUIR A EDIFICAÇÃO DO HOJE!
AGRADEÇO AO AMIGO CARLOS BRITO A PUBLICAÇÃO DA MINHA CRONIQUETA, E AGRADEÇO TAMBÉM OS COMENTÁRIOS QUE ACABO DE LER. O QUE FALEI SOBRE AS PESSOAS É UMA QUESTÃO DO MEU PONTO DE VISTA. DESCULPEM OS NOMES QUE OMITI; FOI SEM QUERER, E SÃO TANTOS OS MERECEDORES QUE NÃO CABERIAM NESTE ESPAÇO; PORÉM SE ALGUÉM QUISER NOMEAR OUTRAS PESSOAS, FATOS, COISAS E ACONTECIMENTOS QUE CONTRIBUÍRAM PARA QUE PETROLINA CHEGASSE AO QUE HOJE É, SINTA-SE A VONTADE! A MEMÓRIA DE UM POVO REFLETE TODA A CONSTRUÇÃO E HISTÓRIA DE UMA CIDADE! ABRAÇOS.
Parabéns pela crônica, Jota Mildes filho ilustre da nossa querida terra.
É NOSSO DEVER, SIMONE, LEMBRAR QUE O PRESENTE FOI CONSTRUÍDO A PARTIR DO PASSADO, E QUE, O QUE SE CONSTRÓI HOJE BENEFICIARÁ O FUTURO. POUCA COISA FOI DITA DIANTE DO MUITO QUE DEVERIA SER LEMBRADO, MAS NÃO FALTARÁ OPORTUNIDADE PARA ISTO, TENHO CERTEZA.
ah,como estou velha meu Deus,alcancei todos os citados que saudade,dos meus pais,pai sentado na praça do Auxiliadora e Dom Malan falando com os amigos sobre tudo como era diferente Petrolina .
DISSE O PENSADOR QUE “SAUDADE É A VOZ DO CORAÇÃO PEDINDO PRA VOLTAR”! VOLTAR NO TEMPO, RECORDAR, VIVER OUTRA VEZ, RE-VIVER! A GENTE NÃO ENVELHECE: SOMA IDADES, E A SOMA DE IDADES É REFERÊNCIA DE VIVÊNCIAS E ACÚMULO DE EXPERIÊNCIAS. A PRAÇA DOM MALAN JÁ FOI PONTO DE ENCONTRO DE AMIGOS PARA TROCA DE INFORMAÇÃO E DESCONTRAÇÃO, HOJE, DEVIDO À CORRERIA DE UMA CIDADE QUE CRESCEU COMO A NOSSA É MAIS UM ESPAÇO ONDE PARAMOS UM POUCO PARA ENXUGAR O SUOR DO ROSTO. MESMO ASSIM CONTINUA VIVA, SUPORTANDO O TEMPO E PEDINDO PARA NÃO SER AGREDIDA EM SEU VISUAL, PARA CONTINUAR COMO FOI CONSTRUÍDA ORIGINALMENTE, COM AS MESMAS ÁRVORES, OS MESMOS BANCOS E O MESMO MONUMENTO DE DOM MALAN. O PASSADO E QUEM O VIVENCIOU DEVE SER RESPEITADO EM TODO O SEU SIGNIFICADO.
Faltou meu pai, Inácio, da TVSom, parabéns pelo lindo texto