Associações e sindicatos elaboram minuta sobre Reserva Tatu-Bola para audiência

por Carlos Britto // 10 de março de 2023 às 16:30

Foto: Ascom Sintraf Petrolina/divulgação

O imbróglio em torno da Reserva Silvestre Tatu-Bola, que abrange áreas dos municípios de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista (no Sertão do São Francisco), teve mais um capítulo em busca do consenso. Ontem (9), representantes de associações e sindicatos dos três municípios,  dentre eles o Sindicato da Agricultura Familiar de Petrolina (Sintraf), reuniram-se para tratar dos entraves e desafios referentes às famílias do sequeiro que vivem nessa região.

O principal objetivo da reunião foi elaborar uma minuta que será apresentada durante audiência pública que deve acontecer em abril próximo. De acordo com os participantes , a lei que instituiu a Reserva Tatu Bola (em vigor desde 2015) é repleta de equívocos que precisam ser observados.

Uma das principais queixas dos agricultores que residem na área da Reserva diz respeito à falta de dados  precisos e abrangentes no estudo técnico que deu embasamento à aprovação do decreto. Após diversos debates, audiências públicas e reuniões, ficou constatado que os estudos que embasaram o decreto Tatu Bola foram omissos, não constaram informações essenciais da agricultura familiar da região, não contemplaram o homem e a mulher do campo do semiárido, muito menos as associações e sindicatos locais.

A cada reunião que fazemos, vamos comprovando a necessidade de revogação do decreto que instituiu a Reserva Tatu Bola. Os moradores das áreas não foram ouvidos, órgãos importantes como IPA e Adagro também não tiveram suas bases de dados  consultadas, apenas para citar algumas falhas . E as pessoas que vivem nessa área, que têm toda uma vida dedicada a estas terras, estão se sentindo ameaçadas. Muitos agricultores, é importante dizer, estão doentes por conta desta situação. Então, é preciso que toda sociedade se mobilize junto com os poderes públicos, e possa cobrar a correção dessa injustiça. Como querer  preservar uma área sem pensar na existência do homem naquele local?“, questiona a presidente do Sintraf Petrolina,  Isália Damacena.

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