O reconhecimento de um público distinto não foi suficiente para esconder a decepção do ator Hertz Felix, diante do visível desinteresse do juazeirense pelo teatro local. Hertz agradou admiradores ao estrelar recentemente a peça ‘Entre Eles’, que segundo o artista, não foi prestigiada como gostaria. Neste artigo enviado ao Blog, ele ressalta importância do Centro de Cultura João Gilberto, mas lamenta que a valorização do público às produções locais esteja na contramão dessa história.
Acompanhem:
As cortinas se abrem. Em meio à magia dos personagens que renascem a cada ato, a expectativa é de presenciar as expressões daquele que se faz essencial no espetáculo: o público. Se é por meio de lágrimas ou gargalhadas, não importa. A representação só terá vida com a presença de sentimentos. Isso é o teatro, a interação entre platéia e palco, que, juntos, constroem a história.
No entanto, nem sempre o cenário é completo. O Centro de Cultura João Gilberto já recebeu inúmeros espetáculos, nos quais se apresentou grandes nomes do teatro nacional, como Eva Wilma. Muitos grandes artistas e grandiosas peças como ‘Antônio Meu Santo’, ‘O Santo Inquérito’, ‘Gota D’água’, ‘O Pagador de Promessas’, ‘O Quinze’ passam pelo seu palco. Porém, hoje, constatamos com profunda tristeza que o nosso teatro sente falta do público. Público expressivo. Com capacidade para receber 350 pessoas, geralmente os lugares não são completamente preenchidos, o que provoca o desinteresse por parte de muitos produtores.
Apesar do Centro de Cultura João Gilberto estar preparado para receber as peças teatrais, a carência de público afeta a vinda delas. Muitos produtores demonstram desinteresse em produzir/ investir num grande espetáculo, já que o lucro acaba sendo abaixo do esperado. Já aconteceu de uma peça estar marcada para ser apresentada em nosso teatro e acabar sendo cancelada por não conseguir vender número suficiente de ingressos. As pessoas precisam se conscientizar de que, sem público, não há espetáculo.
Ao que me parece, além da crise econômica, a maioria da população de Juazeiro perdeu o hábito de ir ao teatro, e a televisão, a internet, as baladas regadas a bebidas, cigarros, etc se tornaram os maiores concorrentes dos palcos. Como não tem costume, parte considerável da população de Juazeiro acaba se acomodando e prefere ficar em casa assistindo a um programa alienado de televisão e/ou beber, beber…fumar, fumar…etc até cair.
É preciso despertar nas pessoas o interesse pelo teatro. As escolas, por exemplo, devem trabalhar com seus alunos a cultura teatral e trazê-la para o dia a dia das crianças, para que elas já cresçam neste meio. Se formos pesquisar, há juazeirense que nunca entrou no Centro de Cultura João Gilberto.
Concluindo: É uma questão de educação. Aqui não se cultiva a Cultura. “De pequenino se torce o pepino”. Este ditado popular explica esta situação com eficácia que se devem começar a criar hábitos culturais. E isso só tenho como exemplo a Cia 1º Ato, sob a direção de Devilles, a quem estendo meus sinceros apreços.
Nota da produção do espetáculo “Entre eles”
Isso é resultado da má educação doméstica e escolar que não valoriza a arte. Valoriza a bebedeira, a baderna, o lixo.
Não é sé desinteresse do público,ou falta de educação , sei que falta dinheiro , mas a divulgação é péssima, pelo menos aqui em Petrolina ! As últimas peças locais que fui assistir em Juazeiro , só tinham baixaria , palavrões , sinceramente, não gostei ! Mas divulguem , divulguem mais , e façam peças para interessantes sem apelação !