A demora do governo federal em concluir, no prazo, as obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) causou um prejuízo de R$ 28 bilhões à sociedade, apenas num grupo de seis projetos analisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O valor é próximo ao que se estima gastar na realização da Copa.
O estudo procura medir os benefícios que deixaram de ser gerados para o País apenas pela demora. Leva em conta, por exemplo, o que poderia ter sido a produção agropecuária no Nordeste, caso a transposição do São Francisco tivesse ficado pronta no prazo fixado pelo governo. Ou as receitas de exportação de minérios e grãos que deixaram de ocorrer pelo atraso na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).
Em todos os casos foi considerado também o custo de oportunidade – o custo do dinheiro público aportado nas obras que ainda não gerou benefícios. “Se o programa deveria ficar pronto em três anos e sai em seis, isso reduz a produtividade global da economia”, diz o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes.
Ele explica que a dificuldade em administrar megaprojetos não é exclusiva do Brasil. Porém, os prazos estourados tornaram-se praticamente uma regra, o que merece atenção. A CNI propõe que o próximo governo, seja qual for, intensifique o programa de concessões em infraestrutura. Para Coelho, esse é um campo em que a economia pode aumentar sua produtividade, visto que as reformas trabalhista e tributária demorarão a sair e gerar efeitos. Sugere, também, iniciativas para melhorar a qualidade dos projetos e para facilitar o licenciamento ambiental.
O estudo faz parte de um conjunto de 43 documentos-propostas que serão entregues aos presidenciáveis em junho, quando a entidade pretende fazer um debate dos candidatos com os industriais. Foram analisados o aeroporto de Vitória, o principal projeto de esgotamento sanitário em Fortaleza (Bacia do Cocó), a transposição do São Francisco, a Fiol, a duplicação da BR-101 em Santa Catarina e as linhas de transmissão das usinas do Madeira. A maioria dos projetos ainda está em andamento.
Transposição
Das obras selecionadas, a que causou maior prejuízo foi a transposição do São Francisco. Originalmente estava prevista para terminar em junho de 2010 (eixo Leste) e dezembro de 2012 (eixo Norte). Como isso não ocorreu, o estudo estima quanto deixou de ser produzido pela agropecuária local, já considerando um crescimento proporcionado pela disponibilidade constante de água. E subtraiu da conta o custo da energia que deixará de ser gerada pela redução do fluxo de água para a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).
Os economistas da CNI chegaram a um total de R$ 11,7 bilhões de 2010 a 2015. A isso, foram somados R$ 5 bilhões referentes ao custo de oportunidade do dinheiro aplicado na obra, orçada em R$ 8,2 bilhões. A história da transposição segue o roteiro clássico de obra atrasada no País. Segundo o estudo, foi iniciada em 2005 baseada num projeto pouco detalhado de 2001 – que, evidentemente, estava desatualizado. Seguiram-se vários ajustes.
Para andar mais rápido, foi dividida em 14 subcontratos. Mas o que em tese ia acelerar a construção virou um pesadelo gerencial. A própria presidente Dilma Rousseff reconheceu que o governo subestimou a complexidade do projeto.
O Ministério da Integração Nacional afirma que a licitação da obra, em 2007, passou pelo crivo do Tribunal de Contas da União. Os ajustes ocorrem principalmente porque os canais, que chegam a 477 quilômetros, passam por diferentes tipos de terreno. Foi necessária, também, a negociação com concessionárias de água e esgoto. Segundo a pasta, a obra será concluída em 2015. As informações são da Agência Estado. (Foto/reprodução)
Peraí. O principal argumento da transposição é dessedentar multidões das cidades, depois disso vem a produção agropecuária. O primeiro prejuízo do atraso é social, e não econômico.
Pode ter havido algum atraso no início da obra como sempre acontece pois é com certeza umas das maiores obras do sertão nordestino, mas hoje está tudo correndo a mil maravilhas pois estive nos dias 14 e 15 do corrente mês em 04(quatro) canteiro/frentes de trabalho(Orocó-Salgueiro-Brejo Santo e Floresta/Petrolândia), onde que conversando com Gerentes Administrativos(pois trabalho para uma empresa de refeição industrial de BH), empresa essa que está chegando a nossa região. E nessas conversas proveitosas que tive, fui informado que: Em todas frentes de trabalho os serviços estão ocorrendo normalmente e que haverá novas contratações de mão de obra. Sei de tudo isso porque no meu ramo preciso de todos os números possíveis do efetivo das empresas. Portanto posso afirmar que essa Gigantesca e Essencial Obra ficará pronta em breve e beneficiará milhares de nordestinos. Ah! Visitei também em Salgueiro o Canteiro Central da Transnordestina(leia-se CSN), que também está contratando mão de obra e que está a pleno vapor, apesar da desistência ou cancelamento do contrato com a Odebrecht mas já tem outra construtora assumindo tudo.