Tomar “porres” e curtir ressacas não é nada do outro mundo, na visão da maioria dos adolescentes. O copo vira o lugar mais aconchegante com o empurrãozinho do amigo, a vontade de ser popular ou de preencher o chamado “vazio”.
Mas o problema não está apenas na fuga da realidade. Beber nesta fase da vida não implica apenas em prejuízos sociais e psicológicos. A geração que “toma uma” desde cedo e tem preferência por cachaça e vodca – bebidas com alto teor alcoólico e fáceis de serem disfarçadas com suco ou refrigerante – corre o risco de crescer menos e ter o desenvolvimento intelectual comprometido.
Doses a mais entre os 10 e 19 anos, segundo pesquisa realizada no departamento de nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), reduzem a ingestão de alimentos e prejudicam o metabolismo orgânico. A pesquisa é resultado da dissertação de mestrado da nutricionista Cybelle Rolim.
Por questões éticas e necessidade de maior controle sobre os resultados, o estudo de Cybelle utilizou 36 ratos Wistar adolescentes, espécie cujo organismo tem muitas semelhanças com o humano. Ela escolheu animais com o mesmo peso, separou em três grupos de 12, ofereceu água a um deles e soluções destiladas de teor alcoólico de 10% e 20% aos outros dois – o equivalente à meia dose de vodca ou cachaça.