Brasil registra maior número de queimadas em agosto desde 2010

por Carlos Britto // 02 de setembro de 2024 às 11:28

Foto: Acervo DINC/reprodução – Ilustrativa – Arquivo Blog

O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto de 2024, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número representa o maior registro para o mês de agosto nos últimos 14 anos e faz de 2024 o quinto pior ano na série histórica de queimadas, iniciada em 1998. Em comparação com agosto do ano passado, houve um aumento expressivo, já que foram registrados apenas 28.056 pontos de fogo em 2023.

As queimadas de agosto deste ano concentraram 54% do total de focos de incêndio observados no Brasil em 2024, que somam 127.051 ocorrências até agora. A última vez que o país enfrentou um número tão elevado de queimadas em agosto foi em 2010, com 91.085 focos registrados. Esses números alarmantes destacam a gravidade do problema de incêndios florestais no Brasil, especialmente em biomas sensíveis como a Amazônia, onde as queimadas continuam sendo uma prática comum para a limpeza de áreas agrícolas e desmatamento. A severa estiagem enfrentada por várias regiões do Brasil, principalmente no Norte, tem sido um dos fatores críticos para o aumento das queimadas. Com os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas em queda, o país depende cada vez mais de usinas termelétricas, que são mais caras e menos sustentáveis.

Diante desse cenário, o governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitou mais 15 dias ao Supremo Tribunal Federal (STF) para apresentar um plano de combate às queimadas. Essa prorrogação ocorre após o STF ter estabelecido um prazo de 90 dias, em março de 2024, para que o governo desenvolvesse um plano abrangente de controle de queimadas, conhecido como a “pauta verde”. A Advocacia Geral da União (AGU) justificou a necessidade de mais tempo, alegando a complexidade de criar um plano eficaz e executável para enfrentar esse desafio ambiental.

A situação atual reflete não apenas uma crise ambiental, mas também um desafio de governança, que exige medidas coordenadas para reduzir o impacto das queimadas e preservar os recursos naturais do país. O aumento das queimadas também levanta preocupações sobre a saúde pública, devido à emissão de fumaça e poluentes, e sobre a economia, especialmente nas regiões dependentes da agricultura e do turismo ambiental. (Fonte: Poder360)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários