A divulgação das despesas com diárias da Câmara Municipal de Cabrobó (PE), no Sertão do São Francisco, pelo portal da transparência do Tribunal de Contas do Estado (TCE) gerou revolta na maioria dos vereadores. Eles afirmam que os valores estão muito acima do aceitável e não escondem a insatisfação com o presidente da Casa, Jorge Cavalcante (PSD).

O presidente é o ordenador de despesas e recebeu o maior volume de dinheiro em diárias de janeiro de julho deste ano. Ao todo foram R$ 40.828 em sete meses, o que dá uma média de R$ 5.800 por mês. Somando-se ao seu salário de vereador (R$ 6.000) e à verba de representação exclusiva do presidente (R$ 3.000) Jorge contou com uma receita mensal de R$ 14.800 – quase o salário do prefeito, que é de R$ 15.000.

Os vereadores chegaram a se reunir com o presidente em busca de esclarecimentos. Eles afirmam que não conheciam as despesas e se revelaram perplexos. O encontro contou com muita tensão e acusações mútuas, abrindo uma crise interna na Câmara de Cabrobó, que nada tem a ver com oposição e situação. O assunto é o excesso de diárias, ou “farra das diárias”, como está sendo conhecida pela internet e nas conversas de rua.

Depois de mais duas reuniões, desta vez sem Jorge, o grupo dos 11 vereadores decidiu fechar acordo para votar na próxima reunião alguns projetos de modificação do regimento interno, com o objetivo de deter a “farra das diárias”. O vereador Barná Russo (PSD) disse que o grupo aprovará um “pacote moralizador”, para evitar mais abusos no uso de diárias e dar transparência às finanças da Câmara.

“Estamos unidos com esse objetivo. Vamos aprovar esses projetos terça-feira e mostrar para a sociedade que não aceitamos esta gastança toda com diárias”, afirmou, sem no entanto detalhar o teor das medidas. O grupo achou por bem divulgar os projetos apenas no momento da sessão. (Fonte: Blog Folha da Cidade)