O candidato a vereador em Iguatu, no Ceará, Eliomar Cardoso (PT), de 35 anos, poderá ter sua candidatura cassada após investigação da Polícia Federal apontar que ele simulou o próprio sequestro na noite da última sexta-feira (30). O Ministério Público Eleitoral vai solicitar a documentação da PF para análise e possível ajuizamento de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) com base na Resolução 23.735/2024 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com o promotor de Justiça Eleitoral em Iguatu, Leydomar Nunes Pereira, a ação visa a cassação do registro ou mandato do candidato, além de torná-lo inelegível por oito anos. A AIJE deve ser protocolada após a conclusão do inquérito, prevista para hoje (2).

“O candidato vai responder um processo criminal pelo crime que praticou e uma ação eleitoral para sua cassação e inelegibilidade pela fraude”, afirmou o promotor.

Mesmo que a ação seja instaurada, o processo não deve ter efeito imediato devido à possibilidade de recursos. Com isso, Eliomar Cardoso pode continuar na campanha, mas com a candidatura em status “sub judice” e, caso eleito, correrá o risco de perder o mandato.

A direção estadual do PT ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso e deverá discutir o assunto em reunião também nesta segunda-feira (02).

Entenda o caso

A Polícia Federal descobriu que Eliomar Cardoso havia forjado seu próprio sequestro. Após uma série de inconsistências, o candidato confessou aos policiais que simulou o crime. Eliomar foi encontrado com mãos, pés e pescoço supostamente amarrados com arames farpados em um carro e, em vídeo, alegou que seus adesivos de campanha haviam sido destruídos.

A investigação da PF e a possível ação do Ministério Público Eleitoral destacam a seriedade com que casos de falsas comunicações de crimes são tratados, reforçando o compromisso com a integridade do processo eleitoral.