Criadores da zona rural de Juazeiro recebem suporte para estimular criação de caprinos e ovinos

por Carlos Britto // 16 de julho de 2016 às 21:32

caprinovinocultura zona rural juazeiro

Principal fonte de renda dos povoados rurais da Massaroca e Juremal, em Juazeiro (BA), a criação de caprinos e ovinos vem recebendo cada vez mais estímulo por parte de quem sobrevive da atividade.

Na Fazenda Cascalho, localizada na Massaroca, por exemplo, o produtor rural Jair Nunes da Silva cria cerca de 200 cabeças de cabras e ovelhas e é delas que ele tira o sustento da família e ainda dá suporte na compra de insumos para a plantação de tomate e feijão. O plantio é irrigado com a água que o produtor tira de um poço artesiano, que também serve para o consumo dos animais. Agora, Jair está investindo no melhoramento do manejo do rebanho e no gerenciamento da produção.

O produtor é atendido pelo o Agente de Desenvolvimento Rural Sustentável (ADRS) do Programa Bioma Caatinga, Antoninho Júnior. O ADRS está fazendo o levantamento das necessidades da propriedade e do criatório do produtor rural para que ele possa ter maior lucro com a produção de caprinos e ovinos.

Jair já adquiriu um carneiro de melhor genética para ser usado como reprodutor e agora está planejando fazer forragens para melhorar a alimentação dos animais durante a seca. “Com orientação, a gente adquire mais conhecimento e é isso que eu preciso para melhorar minha produção. Tem coisa que a gente não sabe e o técnico do Programa passa pra gente e assim nós vamos fazendo o que não fazia antes dele vir aqui”, enfatizou o produtor.

caprinovinocultura zona rural juazeiro (2)Outro produtor, Aderaldo Gonçalves Morgado, também pretende melhorar o manejo da sua criação para aumentar o lucro. Dono da Fazenda Cerquinho, também em Massaroca, ele andou experimentando o plantio de feijão, mas por causa da pouca chuva perdeu tudo e agora pretende usar todos os 450 hectares da propriedade para plantar milho, palma e aumentar o criatório de cabras e ovelhas.

Vai usar a pouca água que tira de um poço artesiano para irrigar os plantios e dar aos animais. Aderaldo também é motorista de caminhão e trabalha fazendo fretes. Mas com as poucas viagens que tem feito, é o dinheiro da venda de caprinos e ovinos que está servindo para pagar as despesas. Recentemente, vendeu 60 animais de várias idades a preços que variaram entre R$ 70,00 a R$ 230,00 cada unidade. “Acho que vou vender esse caminhão e vou investir é nisso aqui. Bode e Carneiro dá dinheiro. É só saber criar” destacou o produtor.

Apoio

Na Fazenda Umburuçu, distrito de Pinhões, Edmilson Nunes da Cunha cria pouco mais de 300 cabeças de caprinos e ovinos. Para ajudar na alimentação do rebanho durante a seca, plantou palma e milho. A irrigação é feita com a água de um poço artesiano. A vazão, no entanto, é pouca: apenas 800 litros por hora. E por isso seu Edmilson está com dificuldades para adquirir novos animais, porque com a vasão que o poço tem não dar para aumentar o plantio das forrageiras para fazer a suplementação alimentar.

Com o apoio do Agente de Desenvolvimento Rural Sustentável (ADRS) do Programa Bioma Caatinga, Elson Xavier, o produtor está fazendo um diagnóstico da propriedade. Por meio desse levantamento, será elaborado um planejamento para ampliar a estrutura da fazenda.

A ideia é buscar uma linha de crédito através do acordo firmado entre o Programa Bioma Caatinga e o Banco do Brasil. Se conseguir o recurso, Edmilson vai perfurar outro poço artesiano e aumentar o rebanho.

O Bioma Caatinga é um programa de inclusão produtiva da caprinovinocultura do semiárido da Bahia. Surgiu de uma articulação entre o Sebrae, Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil e diversos outros parceiros. O objetivo, por meio de uma análise detalhada da cadeia produtiva de caprinos e ovinos, é investir coletivamente no desenvolvimento regional sustentável nos municípios de Juazeiro, Curaçá, Uauá, Remanso e Casa Nova. A primeira fase do programa foi desenvolvida entre janeiro de 2012 e janeiro de 2014, quando 1.200 produtores rurais de 217 comunidades dos cinco municípios foram assistidos.

Nesta segunda fase, 1.054 produtores de 325 comunidades e 186 micro e pequenas Empresas estão sendo atendidas e acompanhadas por técnicos do programa durante dez meses. Os criadores são orientados a melhorar o manejo do seu rebanho, melhorar as instalações e comercializar seus produtos de forma legal e inspecionada. As informações são da assessoria do Bioma Caatinga. (fotos/divulgação)

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