IstoÉ destaca inovação e expansão do consumo de carne de bode

por Carlos Britto // 09 de maio de 2009 às 18:30

Criador José Ramos

José Ramos

A edição da revista IstoÉ desta semana destacou como o consumo da carne de bode começa a se expandir no Brasil e no mundo e como a criação de caprinos tem se profissionalizado na região do Vale do São Francisco.

Segundo a reportagem, nas cidades de Petrolina e Juazeiro o rebanho chega a 300 mil cabeças e o consumo é o maior do País – cada pessoa come cinco quilos por ano, 20 vezes mais que a média nacional.

Ali, ele serve de sustento a várias famílias, que aproveitam a carne, o leite, o couro e até os chifres. A sinergia é tanta que inspirou um sugestivo ditado: naquelas paragens, não se sabe se é o homem que cria o bode ou se é o bode que cria o homem.

Porém, essa característica popular está prestes a mudar. A reportagem mostra  que  alguns criadores começam a importar matrizes estrangeiras para aperfeiçoar a raça e planejam conferir ao caprino da região uma qualidade internacional.

“Em breve, a carne de bode será uma iguaria, um item sofisticado consumido em restaurantes de luxo”, diz José Ramos da Silva Filho,  criador  que investe na inovação.  Ele aposta nessa expansão e trouxe da África do Sul as raças  boer, savana e kalahari red para seu sítio em Juazeiro.

Ramos cria seu rebanho pela cartilha orgânica, leva em consideração as fases da lua e dispensa vermífugos químicos para tratar seus animais à base de chás de goiabeira e macela. Um luxo só.

Agrônomo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), José Nilton Moreira aposta que esse será o caminho do futuro. “Ao contrário do que muitos acreditam, o bode tem uma carne bem leve, atende perfeitamente às exigências de uma vida saudável”, afirma.

“Esse fator vai pesar cada vez mais na hora de o consumidor escolher seu alimento. “O consumo dessa carne de alta qualidade já é grande no Canadá, na Austrália e nos países árabes, de onde recebemos tantos pedidos que ainda não temos como atender”, diz ele.

Alguns restaurantes da região Nordeste introduzem novidades gastronômicas com o objetivo de conquistar paladares mais refinados, como o fondue e a pizza de bode e também a carne defumada.

Mas tudo está no campo da experiência, já que ainda não há oferta suficiente de carnes classe A. É essa deficiência que os criadores vão tentar solucionar com o cruzamento de raças que está sendo feito agora.

Crédito da foto: IstoÉ

IstoÉ destaca inovação e expansão do consumo de carne de bode

  1. ricardobanana disse:

    A revista deveria ter expandido sua materia e incluir a cidade de Dormentes que hoje tem a melhor linhagem do estado e uma das feiras mais importantes no seguimento, tudo isso em função de um trabalho de vários anos. O pesquisador da Embrapa José Nilto vai se supreender com a qualidade do rebanho de Dormentes, é só ir conhecer de perto

  2. Lucas Cabral disse:

    Ricardo Banana, voce não tem jeito mesmo. Isso é comentário que se faça.

  3. João Almeida disse:

    São de empreendedores assim que o Vale do São Francisco precisa, pessoas com visão diferenciada e criatividade para investir no novo!
    Parabéns pela publicação que com certeza passaria despercebido por muitos se não estivese disponivel aqui.

  4. Cris Facape disse:

    Sou estudante da Facape e conheço Ramos só de ouvir falar. Mesmo sendo um excelente profissional buscou se qualificar e aprender ainda mais, além de empresário muito bem sucedido do ramo agrícola mostra sua habilidade como criador e como visionário, pois sempre está buscando novos investimentos e bons negócios para região. É um exemplo para todos nós que estamos iniciando nossas carreiras.

  5. AVELAR AMADOR disse:

    SE LA EM BRASILIA AS COISAS TERMINAM EM PIZZA, AQUI EM PETROLINA TERMINAM EM BODE…

  6. Arthur disse:

    Os comentários medíocres como esse acima deviam ser banidos do Blog, não diz nada, não acrescenta nada de interessante e não discute a idéia principal da reportagem.
    Só para constar: As raças boer, savana e kalahari red são raras no Brasil, pouquíssimos criadores tem exemplares dessas raças sul africanas. Profissionais da região como José Ramos deveriam ter sempre espaço no Blog, pois além de estimular os empresários enaltece os Juazeirenses e Petrolinenses que amam sua terra.

  7. Marcio Silva disse:

    Qualquer leigo em carne de bode do vale do s. francisco sabe que os melhores pastos estão na Bahia, em especial na região de Uauá e Curacá,todos os bodes,ou pelo menos os de qualidade que vcs comem em petrolina vem do lado de cá do rio.A Bahia é tudo de bom!!!!!

  8. Zé amaral disse:

    Não podemos esquecer que moramos no coração do Sertão, semi-árido com uma caatinga composta por arvores e arbustos propicios a criação de bode em larga escala. E nesses tempos de esquetamento da Terra devemos produzir de forma sustentavel, o bode enquadra-se perfeitamente pois para cria-lo não é necessário desmatar. Digo isso pensando nas famílias de baixa renda que criariam seu pequeno rebanho mesmo que de qualidade inferior ao o mencionado no artigo, mas teriam leite e carne de qualidade no cardápio.
    Por isso acho que o artigo poderia ser mais rico falando das qualidades do leite, carne e pele e sua importancia econômica.

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