O caso de um garoto de 11 anos que morreu por falta de oxigênio na ambulância do Samu que o transportava para um hospital público no Recife, no último final de semana em Petrolina, repercutiu fortemente na sessão de ontem (25) na Casa Plínio Amorim. A ponto de o líder oposicionista Ronaldo Cancão propor ao presidente da Mesa Diretora, Osório Siqueira, a criação de uma comissão suprapartidária para investigar o que atribui de “descaso” na saúde pública do município.
Num discurso duro, Cancão disse ser necessário “dar respostas” à sociedade petrolinense. “Essa é a nossa função”, afirmou o vereador, que isentou de qualquer responsabilidade as demais comissões da Casa.
Deixando claro que quer fazer parte da comissão suprapartidária, Cancão revelou que o Imip – instituição responsável por gerir o Hospital Dom Malan (HDM) – recebe R$ 4 milhões mensais e, portanto, deveria evitar que fatos dessa natureza acontecessem. Ele também culpou o Samu e disse que vai acionar o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e o Ministério Público.
O líder oposicionista lembrou que o fato de ser ligado ao governo do estado (que viabilizou a vinda do Imip para Petrolina) não irá fazê-lo “fechar os olhos para desmandos e erros” na saúde pública. O argumento foi reforçado por Zé Batista da Gama (PDT), que também é ligado ao governador Paulo Câmara (PSB). Segundo o vereador, “ser aliado não é ser alienado”. Integrante da Comissão de Saúde do Legislativo, Manoel da Acosap complementou afirmando que deve apurar a denúncia de que a ambulância que conduzia o garoto teria dado carona a policiais militares, mudando o percurso do trajeto até a capital pernambucana, o que terminantemente proibido. Além disso, não tinha a devida estrutura para encaminhar a criança ao Recife.
É louvável a preocupação demonstrada pelo legislativo municipal no caso do garoto que faleceu, aparentemente, em decorrência de possíveis falhas em sua remoção de Petrolina para Recife. Ouvi hoje pela manhã algumas entrevistas de vereadores, disparando várias críticas, inclusive contra o Governador Paulo Câmara, responsabilizando-o, de alguma forma, pelo ocorrido. Ora, não tenho procuração para defender ninguém nesse caso tão lamentável, mas é preciso saber distinguir responsabilidades. Qualquer hospital é um sistema complexo e composto de setores. Cada departamento tem, ou deveria ter, um responsável/encarregado e um protocolo de procedimentos. Se isso não existe, é um problema de gestão e o gestor é perfeitamente identificável. Se existe chefe de setor e um protocolo de procedimentos, aí pode ser um problema humano, algum procedimento que não foi observado. Como se pode justificar uma ambulância sem oxigênio suficiente? Isso foi checado antes do deslocamento? Enfim, todo fato possui aspectos negativos – e esse caso foi absurdamente negativo – mas se deve extrair ensinamentos. Parece que, no momento, o foco é responsabilizar. Isso é compreensível e cabível, mas é importante se buscar, também, aprimorar e corrigir o sistema, prevenindo novas ocorrências do mesmo tipo.
Eles deveriam começar de casa,sobre a denuncia de vereador fazer empréstimo na conta do assessor,ou só serve pra os outros órgão público e câmara esta livre de tudo,Vamos deixar de hipocrisia né senhores vereadores.