A repercussão acerca do desabamento de parte do forro da unidade de trauma do Hospital da Restauração (HR), no Recife, causado pelo rompimento na tubulação de água, no dia de ontem (2), acabou virando pano de fundo, na Câmara Municipal de Petrolina, para mais um embate sobre o cenário político-eleitoral do país. O assunto foi trazido pelo ex-líder de governo, vereador Ronaldo Silva (UB), na sessão plenária desta terça-feira (3).

Ao bater forte no governo do Estado, que administra a unidade médica, Ronaldo chamou de “descaso” a situação da saúde pública de Pernambuco, lembrando que há cinco anos a estrutura física do Hospital Dom Malan (à época gerido pelo Imip) também cedeu, abrindo uma cratera de 3 metros de profundidade por dois de largura. A situação deixou alguns pacientes e médicos do HDM desesperados.

“Tenho certeza que até a oposição vai fazer o reconhecimento de má administração desse governo incompetente que está aí, há 16 anos, vivendo das mazelas do povo”, alfinetou. Em contrapartida, Ronaldo enalteceu os investimentos do Governo Bolsonaro no país e em Pernambuco na área de saúde, insinuando que houve desvios de verba pública federal nas administrações estaduais e nas gestões do PT à frente do país.

Foi o gancho que faltava para o atual líder governista, Diogo Hoffmann, apimentar a discussão. Ele lembrou que o governador baiano Rui Costa (PT) está sendo acusado de irregularidades na compra de respiradores, orçada em mais de R$ 30 milhões, junto a uma empresa que produz medicamentos a partir da Cannabis (maconha). “Ele disse que contratou porque não sabia inglês, mas se ele colocasse no Google ele ia ver que hemp significa maconha”, ironizou.

Resposta

Professor Gilmar não deixou as críticas passarem em branco. Quanto ao ocorrido ontem na unidade médica da capital, o vereador disse que as críticas precisam ser formuladas, mas pontuou também que os críticos do governo do Estado assumam a responsabilidade sobre seu histórico. “De 2006 a 2017, era o grupo de Fernando Bezerra Coelho que estava apoiando esse governo. Foram aproximadamente 12 anos de relação, e a gente pergunta: por que nesse período as coisas não avançaram?”.

Sobre o serviço de água e esgotamento sanitário, Gilmar lembrou que em 2017, no primeiro ano de mandato, o então prefeito Miguel Coelho (UB) afirmava que, caso a Compesa não fizesse o saneamento da cidade, a prefeitura assumiria a missão. “Tem vídeo gravado. Mas o que o governo municipal, esse que se coloca como pré-candidato a governador, fez efetivamente pelo Antonio Cassimiro, Henrique Leite, Jardim Petrópolis e outras comunidades penalizadas pela falta de saneamento?”, frisou.

O oposicionista voltou a tachar o presidente Jair Bolsonaro de “genocida”, diante das mais de 650 mil mortes causadas pela Covid-19 no país, reforçando que Bolsonaro contava com o apoio de FBC, o qual era seu líder no Senado. Criticou ainda a falta de transparência do presidente, ao decretar sigilo de 100 anos em questões polêmicas da gestão e também chamou de “cínicos” alguns governistas na Casa que ainda seguem Bolsonaro. “Eu gostaria muito que o vereador que faz essa defesa de Bolsonaro saísse na periferia e disse ao povo que esse governo é bom, é decente. Que dissesse ao povo que está na fila do osso, revirando comida no carro do lixo, desesperado com o preço do gás, da gasolina, daqueles que não podem pagar aluguel. Esse, para o povo, é o pior presidente da história e será confirmado pelos historiadores. Agora, na hora da campanha eleitoral, tenho certeza que Miguel Coelho e o senhor vão esconder esse presidente, porque em Petrolina Lula tem 70% de intenções de voto, e o seu presidente é rejeitado. E escondam, porque senão seu candidato a deputado federal, sua candidata a estadual, vão perder votos”, finalizou.