O que já acontece na capital pernambucana, onde a imprensa tem enfrentando sérias dificuldades para conseguir informações detalhadas sobre ocorrências policiais – principalmente as consideradas “negativas” para a Secretaria de Defensa Social (SDS) -, chegou a vez de Petrolina. Depois de deixar de repassar, via e-mail, as ocorrências policiais, o 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM) já disse que não mais repassaria informações sobre crimes através de ligação telefônica.

Em um grupo do WhatsApp, do qual fazem parte vários comandantes de Companhias da PM no Sertão pernambucano, algumas ocorrências do 5º BPM voltaram a ser divulgadas, há cerca de 15 dias, mas de forma “abreviada”, sem detalhes. Ressaltamos que as ocorrências de outras Companhias e Batalhões do Sertão nunca deixaram de ser postadas lá, como forma de encurtar o trabalho da imprensa e dos profissionais da Polícia Militar.

No entanto, em grupos diversos, é possível encontrar “resenhas” mais detalhadas do 5º BPM, com nomes de suspeitos e vítimas, como os crimes aconteceram e as circunstâncias dos fatos, além de fotografias dos suspeitos. A autoria dessas informações, no entanto, é desconhecida.

Há pouco mais de uma semana, este Blog ligou para o Instituto de Medicina Legal (IML) para colher informações sobre uma vítima de homicídio – como sempre fez – e foi informado por um funcionário que “nenhuma informação poderia ser repassada por telefone” e que quem quisesse obter detalhes, deveria se dirigir ao IML. O Blog questionou se era algum tipo de recomendação do Estado, mas o funcionário só disse: “quem quiser, tem que vir aqui”.

É lamentável que a SDS compactue ou expresse esse tipo de recomendação às instituições, permitindo essa prática de censura ao trabalho da imprensa pernambucana – em especial a do Interior, que já enfrenta tantas dificuldades para desenvolver o trabalho de levar ao cidadão a informação detalhada. Fica o espaço reservado ao secretário Antônio de Pádua para que esclareça essa situação.