O Rio Grande do Sul continua enfrentando uma grave crise devido às intensas chuvas que assolam o Estado. De acordo com o último balanço divulgado pela Defesa Civil às 12h deste domingo (5), o número de mortos confirmados subiu para 75, com mais seis óbitos confirmados em investigação para verificar se têm relação com a tragédia. Além disso, há 103 pessoas desaparecidas e 155 pessoas feridas.
As tempestades já impactam 334 dos 496 municípios gaúchos, deixando um rastro de destruição e afetando diretamente a vida de 780 mil pessoas. A Defesa Civil soma 107,6 mil pessoas fora de casa, sendo 16,6 mil em abrigos e 88 mil desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos.
Em Porto Alegre, o nível do Guaíba superou a cota de inundação, transbordando e avançando sobre ruas e avenidas. A rodoviária de Porto Alegre ficou totalmente alagada, com todas as viagens de chegada e saída da cidade canceladas. O Aeroporto Salgado Filho foi fechado devido ao elevado volume de chuvas.
Os temporais deixaram presídios do estado ilhados devido às enchentes causadas. Mais de mil detentos precisaram ser transferidos de unidades prisionais. O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
O governo federal enviou 100 integrantes da Força Nacional para o RS na tarde de sexta-feira (3). A tropa federal tem ajudado nas operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes no estado. Dos 100 enviados para a região, 60 deles são bombeiros para auxiliar na resposta ao desastre causado pelos temporais no estado. Também foram deslocados para o Estado 25 caminhonetes, dois ônibus, um caminhão e três botes de resgate. São 36 policiais federais que estão envolvidos diretamente nos trabalhos.
Fenômenos
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva. A tragédia no Estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.
A previsão é de que a condição se mantenha até este sábado com acumulados que podem chegar até 400 milímetros. O volume deve se somar aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias. A marca trágica já supera a última catástrofe ambiental enfrentada pelo Rio Grande do Sul em setembro de 2023, quando 54 pessoas perderam suas vidas. (Com informações de O Globo e g1)