Cidades do Norte e Nordeste com falta de médicos terão R$ 20 milhões

por Carlos Britto // 07 de janeiro de 2024 às 08:10

(Foto: Ilustração)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da iniciativa Juntos pela Saúde e da associação civil independente Umane, vai destinar até R$ 20 milhões para projetos de atenção primária em saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios do Norte e Nordeste com menos de um médico a cada mil habitantes. A operação deve beneficiar mais de 1,4 mil cidades das duas regiões.

Os projetos serão selecionados por meio de edital e deverão apresentar soluções baseadas nos fundamentos das redes de atenção à saúde, com capacidade de impactar processos de atenção primária, combinando o uso de dados, novas tecnologias, saúde digital e inovação. A informação foi dada pelo banco, por meio de sua assessoria de imprensa.

Projetos com conclusão prevista até junho de 2026 podem solicitar apoio financeiro igual ou maior ao valor mínimo individual de R$ 2 milhões. Entre os itens financiáveis, estão investimentos fixos, como obras civis, instalações, aquisição de máquinas e equipamentos nacionais (credenciados na linha BNDES Finame), além de capacitação e treinamento.

Os proponentes precisam ser órgãos ou instituições prestadoras de serviços de saúde do SUS, pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, sediadas no país, com finalidade institucional compatível com os objetivos da iniciativa. As propostas já podem ser enviadas por meio do site da iniciativa.

Atendimento preventivo

A atenção primária em saúde (APS) é a principal porta de entrada do SUS. Ela promove atendimento preventivo de doenças e solução de casos médicos de baixa gravidade, direcionando também pacientes com diagnóstico de maior complexidade para níveis superiores de atendimento. De acordo com dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) do Ministério da Saúde, foram realizados, no ano passado, 69,7 milhões de atendimentos individuais e 101,6 milhões de procedimentos de APS na região Nordeste. Já na Região Norte, foram 17,8 milhões de atendimentos e 32,6 milhões de procedimentos.

A chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços de Saúde do BNDES, Carla Reis, avaliou que a soma do capital público e privado com o objetivo de fortalecer a saúde pública traz ganhos para todos os envolvidos, sobretudo para quem está na ponta, beneficiando-se dos serviços oferecidos pelo SUS. Segundo ela, o BNDES, com o apoio da Umane, espera apoiar projetos estruturantes para fortalecer a atenção primária nos municípios mais carentes. “O modelo de matchfunding (financiamento coletivo em que há participação de uma empresa) é uma ferramenta poderosa para multiplicar o investimento público e ampliar o impacto socioambiental da filantropia.

O apoio do BNDES ocorre a partir de um investimento de matchfunding, o que significa que, a cada real doado por outras instituições, o banco aporta outro real. Neste edital, o BNDES aportará R$ 10 milhões, duplicando o valor doado pela Umane. O Instituto para o Desenvolvimento Social (IDIS) ficará responsável pela gestão dos recursos, pela captação e seleção de projetos.

A superintendente-geral da Umane, Thais Junqueira, destacou que apoiar a iniciativa Juntos pela Saúde fortalece o objetivo da instituição de fomentar a ampliação do acesso à saúde e a resolutividade do sistema. “Nossa visão é a de ter a Umane contribuindo para reduzir as desigualdades no acesso à saúde, somando os saberes e inovações locais e regionais com o potencial da organização de processos de trabalho, do uso de dados e da tecnologia“, disse.

A diretora executiva do IDIS, Paula Fabiani, completou que a união de esforços em prol de objetivos comuns é a grande força do matchfunding. “Fortalecer o SUS nas regiões brasileiras que mais precisam é um desafio grande e a necessidade de apoiar estas áreas é urgente. A construção da parceria entre IDIS, BNDES e Umane, junto do lançamento deste primeiro edital, representa um passo fundamental rumo às transformações que almejamos”, concluiu. (Fonte: Agência Brasil)

Cidades do Norte e Nordeste com falta de médicos terão R$ 20 milhões

  1. Sempre Juazeiro disse:

    Srs leitores. Sou um simples cidadão, talvez por conta disso, não entendo, custo entender, essa situação. Todos sabemos, que questão não é recursos públicos, infelizmente, quanto mais recursos, e, não tendo uma gestão de qualidade, não vai adiantar, na saúde, não é diferente, pra que ” Maís Médico” se não tem atendimento médico. Ou o governo, em todos os níveis, muda essa maneira de tratar a coisa que é nossa,por ser pública, tendência é piorar, cada vez com aumento populacional e, estado brasileiro, sem perspectiva pra coisa melhorar. Ex: Tem prefeitos, que oferecem aos médicos, salários R$ 15.000,00(quinze mil reais) e, a um “Assessor Especial” as vezes igual valor ou até mais, e, muitas das vezes, não funcionam para sociedade, logo, não podem serem tratados, como funcionário, não e mesmo?
    Outra situação, se eu tivesse condições de fazer, faria, todos os estudantes, aqui exemplificar os formados em Medicina, que estudaram, com recursos públicos, de nós contribuintes, após formados, não iriam pagar ao estado brasileiro, com dinheiro,e sim, pagariam com trabalho as comunidades que não tem médicos. Não basta só mais médicos, tem que ter boa gestão para termos minimamente boa saúde.
    É o que penso.

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