Um clima de tensão marcou na manhã desta terça-feira (25) a reintegração de posse da Fazenda Mariad, em Juazeiro, ocupada por 70 famílias de pequenos agricultores após a interdição da fazenda, que pertencia ao empresário colombiano Gustavo Duran Bautista. Homens das Polícias Militar da Bahia e Federal acompanharam o oficial de justiça para garantir a reintegração.

Bautista – que é considerado ‘braço direito’ do megatraficante Juan Carlos Abadía – foi preso há sete anos, quando tentava enviar quase 500 quilos de cocaína para a Europa, dentro de caixas de frutas cultivadas na Mariad. Ele é considerado o braço direito de Abadía, que também foi preso na mesma época, em São Paulo.

Com a interdição da fazenda, desde então, as 70 famílias passaram a desenvolver atividades como piscicultura e o cultivo de goiaba. A fazenda estava penhorada sob dívida trabalhista e muitos agricultores que se apossaram da área eram funcionários da fazenda, que buscam direitos trabalhistas. Mas eles foram surpreendidos ao tomar conhecimento que a Mariad havia sido arrematada por R$ 2 milhões, sem divulgação de edital e à revelia das famílias. Os donos seriam empresários do sul do país.

Por este motivo os agricultores iniciaram um protesto nesta manhã, interditando a estrada no sentido Curaçá (BA). Eles colocaram pneus na pista e atearam fogo. O grupo alega que muitos agricultores não têm para onde ir e fizeram investimentos na Mariad. Outros ainda não teriam sido indenizados pelos novos proprietários da Mariad. Os agricultores alegam estar dispostos a saírem da fazenda, mas querem um tempo hábil para isso. A vereadora Neguinha da Santa Casa (PV) está no local tentando intermediar a questão.