A cassação de Lucinha Mota (PSDB) e a chegada de Erivan Bombeiro (PP) ao seu lugar na Câmara de Vereadores Petrolina, no Sertão do São Francisco, vai além de uma simples mudança de cadeira. Mexe no jogo de apoios locais, já que o time do candidato a prefeito, Julio Lossio (PSDB) perde um integrante e o de Simão Durando (UB), que tenta a reeleição, ganha outro.

Lucinha, que perdeu o mandato por infidelidade partidária após deixar o PSOL, abre espaço para Erivan – ele próprio também ex-integrante do PSOL, mas que, ao contrário dela, conseguiu escapar da guilhotina política ao garantir que sua desfiliação ocorreu dentro da janela partidária.

Tanto Lucinha como Erivan são candidatos, cada um em um time diferente. Lucinha pagou o preço por não ter cumprido as regras do jogo, mesmo reclamando da mesma postura de outro vereador cassado pelo mesmo pecado de que foi vitima.

E assim, com a justificativa técnica da “janela partidária”, Erivan herda o mandato e fortalece o seu novo partido, o PP, no legislativo municipal. Enquanto isso a Câmara de Petrolina, sempre no centro de articulações silenciosas, aguarda a oficialização da posse, que promete ser mais do que um ato burocrático – será o símbolo de como a política local segue se reinventando.

Na política as reviravoltas são normais, na guerra de narrativas que vão se arrastando por todos os lados. O eleitorado de Petrolina assiste de camarote as manhas e artimanhas dos candidatos e suas consequências judiciais.

Candidatura mantida

Thiago Nunes (PSDB) confirmou que seguirá como candidato à prefeitura de Agrestina (Agreste Central), mesmo após a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) de lhe tirar do jogo. Nunes e sua equipe jurídica informaram que irão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir sua participação nas Eleições 2024. A defesa argumenta que ele foi absolvido em processos anteriores e acusa seus adversários de usarem manobras jurídicas para barrar sua candidatura, temendo sua força nas urnas. A confiança na reversão da decisão no TSE permanece alta.

Disputa pela vaga

A morte do deputado estadual José Patriota ganhou outros capítulos na sua Afogados da Ingazeira (Sertão do Pajeú) com relação à disputa interna no PSB sobre quem assumirá seu mandato. A questão principal envolve Davi Muniz, primeiro suplente da legenda, que não poderá assumir a vaga, já que se desfiliou do PSB para se juntar ao PSD. Sem essa comprovação de filiação ativa, o caminho fica aberto para Júnior Matuto, que também é candidato a prefeito de Paulista (Região Metropolitana). Caso Matuto seja eleito, a vaga será ocupada por Cayo Albino, filho do prefeito de Garanhuns (Agreste Meridional), Sivaldo Albino, ambos do PSB. A situação revela como essas movimentações podem impactar diretamente a estrutura interna do partido e os planos de seus líderes, sobretudo em um cenário de campanha eleitoral.