Coluna da Folha: O cacique, a resistência e a eleição que não tem fim

por Carlos Britto // 20 de abril de 2022 às 07:05

Foto: Acervo Alespe/reprodução

A cidade do Agreste sem prefeito (eleito), Pesqueira, vive mais uma celeuma envolvendo o nome do cacique Marquinhos Xukuru (Republicanos), o candidato mais votado nas eleições de 2020. Após ser condenado em segunda instância por suposta participação em incêndio provocado em 2003, e ser impedido de assumir a prefeitura, dessa vez o que será julgado é o prazo de inelegibilidade da Lei de Ficha Limpa, ou seja, a definição de quando começou o processo que torna o cacique inelegível. A notícia veio a público numa data significativa: a de resistência dos Povos Indígenas, celebrada ontem, 19 de abril.

A defesa do prefeito eleito pontua que o crime de incêndio não está incluso na Lei da Ficha Limpa. Essa decisão cabe ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em paralelo, no Supremo Tribunal Federal (STF), corre uma liminar do PDT para suspender trecho da Lei da Ficha Limpa.

Na norma atual, o candidato fica inelegível por oito anos após o cumprimento da pena – no caso do Cacique, a partir de 2015, estando inelegível até 2023. O pedido é para que os oito anos contem a partir da condenação em segunda instância ou órgão colegiado, que no caso do Cacique Marcos se deu em 2009, ao ser condenado pela Justiça Federal. Desse modo, ele estaria elegível desde 2017, caso o colegiado do STF acate a modificação.

Em março, o caso foi julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) e agora está sob a análise do TSE, instância máxima da Justiça Eleitoral. Segundo o último despacho judicial, o processo vai ser encaminhado ao gabinete do ministro Carlos Horbach para elaboração de voto.

Calcanhar de Aquiles

Mais uma vez a segurança pública voltou a ser tema de críticas de representantes de oposição ao Governo Paulo Câmara. O deputado Antônio Coelho fez referência ao elevado número de homicídios registrados no primeiro trimestre de 2022 em todo o Estado e disse que “o governo errou a mão na segurança pública”. O irmão e pré-candidato ao Governo do Estado, Miguel Coelho (UB), também reforçou a questão da segurança pública em uma live realizada à noite com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Rafael Cavalcanti. Quem também não deixou barato foi Anderson Ferreira (PL), que avaliou que a extinção das faixas salariais dos servidores da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) contribuiu para a desvalorização da categoria e escalada da violência.

Apoio a Lula

Após ter “flertado” com um apoio ao Governo Bolsonaro, o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, confirmou na manhã de ontem o apoio ao ex-presidente Lula. O partido de Marília Arraes, pré-candidata ao Governo de Pernambuco, deixa claro o apoio a Lula em 2022.

Mera coincidência

O vereador Gaturiano Cigano (DEM) voltou à Câmara Municipal de Petrolina na sessão de ontem, e iniciou o discurso com uma frase de reviravolta de novela: “Vocês não imaginam o prazer que é estar aqui novamente”. Muito esperado, o retorno do edil se deu após 50 dias na prisão, em virtude de investigação na Operação Errantes da Polícia Federal. Os vereadores aproveitaram para parabenizá-lo e reiterar que sempre acreditaram na inocência dele.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários