Coluna da Folha: O desafio de unir Tabira

por Carlos Britto // 15 de outubro de 2024 às 07:00

Foto: arquivo/reprodução

Eleito em um momento decisivo, Flávio Marques (PT) assume a prefeitura de Tabira, no Sertão do Pajeú, com a missão de superar décadas de divisões e rivalidades políticas. Uma cidade, marcada por disputas acirradas e gestões polarizadas, espera por uma liderança que vá além dos velhos conflitos e se comprometa com uma administração que realmente alcance todos os setores da sociedade.

Flávio terá que ir além das promessas e se manter firme no compromisso de governar com transparência e sem favorecimentos, se quiser evitar os erros que mancharam as gestões passadas.

Para reunir uma população, será essencial garantir uma gestão inclusiva e que promova o diálogo com diferentes segmentos, superando a lógica do “nós contra eles”, que tanto afetou Tabira. Ao mostrar disposição para abraçar todos os grupos e manter o foco em políticas públicas que beneficiam a coletividade, ele poderá restaurar a confiança da população e começar a costurar uma nova era política para a cidade.

O caminho é estreito, mas se conseguir estabelecer essa abordagem, Flávio não apenas deixará para trás os tempos de intrigas e divisões, mas poderá inscrever seu nome como o líder que trouxe a tão esperada pacificação e desenvolvimento para o município.

Embate adiado

As recentes eleições eleitorais no Recife, Caruaru e outras cidades pernambucanas apontam para um possível duelo de forças em 2026 entre João Campos (PSB) e Raquel Lyra (PSDB). Enquanto Campos mostrou força em Petrolina com Simão Durando (UB), Raquel consolidou apoio com Rodrigo Pinheiro (PSDB) em Caruaru e Fabinho Lisandro (PRD) em Salgueiro, preparando terreno para o futuro. As eleições de 2024 podem ter sido uma tabela antecipada de um confronto direto pelo comando estadual, com ambos os lados já sinalizando suas pretensões e áreas de influência. O resultado desse embate promete ser decisivo para a política pernambucana.

Redução Feminina

As eleições municipais de 2024 trouxeram um cenário de retração para a representatividade feminina em Pernambuco, com 20% menos prefeitas eleitas em comparação ao pleito anterior. Das 179 prefeituras disputadas no Estado, 28 foram conquistadas por mulheres, o que representa 18,54% do total de eleitos. A queda reflete a persistência de desafios na política para aumentar a participação feminina, mesmo com as mulheres constituindo 53% do eleitorado estadual. No segundo turno, Mirella Almeida (PSD) ainda busca uma vitória em Olinda, podendo elevar o número de gestoras eleitas.

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